"É uma questão que põe em risco a paz e a segurança" da região, denunciou o diplomata venezuelano.
Arreaza também indicou que, após a inspeção do caminhão que, segundo Caracas, foi queimado por pessoas do lado colombiano, ficou provado que no interior do veículo não havia só a suposta "ajuda humanitária", mas também material para "fabricar armas".
"Tinha cabos de aço, arame, pregos para fazer armas [….] São instrumentos que a oposição venezuelana está acostumada a usar", declarou Arreaza, complementando que a tentativa de forçar a "ajuda humanitária" através do território colombiano fez parte de uma estratégia dos EUA para justificar a intervenção estrangeira.
Além dessa declaração, o chanceler venezuelano também denunciou a Conselho de Segurança da ONU que a atual crise na Venezuela está sendo organizada sob a orientação dos EUA.
"Acusamos o governo dos EUA de organizar, financiar e administrar esta flagrante agressão contra a Venezuela", afirmou, adicionando que "esta agressão começou há muitos anos; começou desde o dia em que a Revolução Bolivariana tomou o poder em 2 de fevereiro de 1999 e tem durado cada hora e cada dia durante estes últimos 20 anos".
Também na terça-feira (26), o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, afirmou que o transporte de forças especiais dos EUA para Porto Rico e o deslocamento de militares americanos para a Colômbia são indicações de que o Pentágono está se preparando para depor o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Atualmente, Caracas vem enfrentando uma crise política e humanitária, que piorou com as inúmeras rodadas de sanções americanas. Em janeiro, Washington congelou cerca de US$ 7 bilhões em ativos pertencentes à petrolífera estatal venezuelana PDVSA — bloqueio que foi considerado ilegal por Maduro.
As tensões no país bolivariano se acentuaram ainda mais quando Juan Guaidó se autodeclarou presidente interino no dia 23 de janeiro. Maduro classificou a decisão do líder da oposição como uma tentativa de golpe de Estado dirigida por Washington.