Arreaza: veículos da 'ajuda humanitária' à Venezuela teriam material para 'fabricar armas'

© REUTERS / Shannon StapletonJorge Arreaza, ministro das Relações Exteriores da Venezuela, segura retrato durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação na Venezuela, em Nova York, EUA, 26 de fevereiro de 2019
Jorge Arreaza, ministro das Relações Exteriores da Venezuela, segura retrato durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a situação na Venezuela, em Nova York, EUA, 26 de fevereiro de 2019 - Sputnik Brasil
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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, acusou a Casa Branca, durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, de organizar uma "agressão" em território colombiano, além de afirmar que a oposição venezuelana estaria obtendo armas compradas na Europa Oriental.

"É uma questão que põe em risco a paz e a segurança" da região, denunciou o diplomata venezuelano.

Arreaza também indicou que, após a inspeção do caminhão que, segundo Caracas, foi queimado por pessoas do lado colombiano, ficou provado que no interior do veículo não havia só a suposta "ajuda humanitária", mas também material para "fabricar armas".

"Tinha cabos de aço, arame, pregos para fazer armas [….] São instrumentos que a oposição venezuelana está acostumada a usar", declarou Arreaza, complementando que a tentativa de forçar a "ajuda humanitária" através do território colombiano fez parte de uma estratégia dos EUA para justificar a intervenção estrangeira. 

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"Gostaríamos de dar a informação que nossos países aliados, como Cuba e Rússia, compartilharam conosco sobre o movimento e mobilização de militares no mar do Caribe, ou sobre a aquisição de armas na Europa Oriental para a entregar à oposição radical na Venezuela e criar condições para a intervenção na Venezuela", disse Arreaza na terça-feira (26).

Além dessa declaração, o chanceler venezuelano também denunciou a Conselho de Segurança da ONU que a atual crise na Venezuela está sendo organizada sob a orientação dos EUA.

"Acusamos o governo dos EUA de organizar, financiar e administrar esta flagrante agressão contra a Venezuela", afirmou, adicionando que "esta agressão começou há muitos anos; começou desde o dia em que a Revolução Bolivariana tomou o poder em 2 de fevereiro de 1999 e tem durado cada hora e cada dia durante estes últimos 20 anos".

Também na terça-feira (26), o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, afirmou que o transporte de forças especiais dos EUA para Porto Rico e o deslocamento de militares americanos para a Colômbia são indicações de que o Pentágono está se preparando para depor o presidente venezuelano Nicolás Maduro. 

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Após o fracasso na entrega da "ajuda humanitária" à Venezuela no dia 23 de fevereiro, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião sobre a situação do país bolivariano nesta terça.

Atualmente, Caracas vem enfrentando uma crise política e humanitária, que piorou com as inúmeras rodadas de sanções americanas. Em janeiro, Washington congelou cerca de US$ 7 bilhões em ativos pertencentes à petrolífera estatal venezuelana PDVSA — bloqueio que foi considerado ilegal por Maduro.

As tensões no país bolivariano se acentuaram ainda mais quando Juan Guaidó se autodeclarou presidente interino no dia 23 de janeiro. Maduro classificou a decisão do líder da oposição como uma tentativa de golpe de Estado dirigida por Washington.

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