Os autores acreditam que o novo Exército russo aposta em dominar a informação sobre o inimigo, que inclui componentes psicológicos e técnicos. No que se refere ao componente psicológico, são utilizadas as redes sociais, estratégia que os especialistas russos aprenderam com os EUA. Eles analisaram o exemplo dos conflitos militares no Iraque e na Iugoslávia, tendo também extraído informações sobre a guerra digital de literatura especializada existente.
"A Rússia procura usar as mais recentes tecnologias, como a inteligência artificial e o aprendizado de máquina, para ganhar superioridade no espaço da informação", afirmam analistas.
Segundo a publicação, na Síria as Forças Armadas da Rússia usam com sucesso o sistema Glonass. Este sistema de geolocalização fornece dados significativos sobre a situação no terreno, melhora a precisão dos ataques contra alvos inimigos. O Exército russo também usa sistemas de navegação adicionais que ajudam a garantir a prontidão dos armamentos em caso de problemas com o Glonass.
Durante a campanha síria, os UAV, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, fizeram pelo menos 23.000 surtidas e operaram durante 140.000 horas no ar. Os especialistas também chamam a atenção para a modernização do avião de alerta aéreo antecipado A-50, atualizado para a versão A-50U.
Esta aeronave é equipada com muitos novos sistemas que permitem, entre outras coisas, dobrar o número de alvos rastreados, aumentando o alcance efetivo do rastreamento operacional. Além disso, uma aeronave A-100 com equipamentos ainda mais avançados está sendo desenvolvida para substituir o A-50.
Os autores chamam também a atenção para o complexo de reconhecimento, controle e comunicações Strelets. Ele "fornece um alto nível de comando e controle" e "permite a troca de informações individuais com os comandantes superiores e com a aviação e a artilharia". Em combinação com o sistema de aquisição de alvos Gefest, o complexo aumentou significativamente a eficácia das tropas russas na Síria.
Mas, de acordo com os analistas, o maior progresso foi alcançado pelos militares russos no campo da guerra eletrônica. Nos últimos 20 anos, a Rússia lançou dezenas de sistemas de guerra eletrônica capazes de suprimir as comunicações terrestres, aéreas e espaciais.
"Este sistema executa muitas funções e é projetado não apenas para suprimir as comunicações inimigas, mas também para reconhecimento. Além disso, o sistema é capaz de integrar outros sistemas de guerra eletrônica."
A The Strategy Bridge conclui que, dada a importância fundamental que a Rússia atribui ao domínio da informação, o país continuará testando e aplicando novas tecnologias nessa área, o que pode criar problemas significativos para os EUA e seus aliados.