Perante esta situação, a Sputnik Internacional discutiu o assunto com o professor de ciências políticas do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Temir Porras Ponceleón, que trabalhou como vice-ministro das Relações Exteriores da Venezuela, conselheiro político de Hugo Chávez e chefe de Gabinete do presidente Nicolás Maduro.
Sobre a ameaça do assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, em referência ao retorno de Guaidó, Temir Porras Ponceleón afirmou que, em primeiro lugar, John Bolton baseou o plano nas crescentes tensões entre a oposição, representada por Guaidó e o governo de Nicolás Maduro.
Sendo assim, a estratégia dos EUA na Venezuela de gerar uma mudança de regime é baseada em uma hipótese extremamente fraca.
Perante as consequências que a autoproclamação de Juan Guaidó poderia causar ao país, o professor comentou que a divisão entre os países que apoiam Guaidó e aqueles que apoiam o presidente Maduro está criando problemas para a Venezuela. Um dos problemas são as crescentes sanções impostas pelos EUA, o que fez com que as condições de vida em Caracas e em todo país se tornassem ainda mais difícil para a população.
Além disso, ele enfatiza que uma crise humanitária pode ser gerada, mas isso seria em decorrência das sanções impostas pelos EUA.
Já a outra consequência estaria ligada à comunidade internacional, a acordos com investidores internacionais e a flutuações financeiras que fazem com que a economia venezuelana funcione, onde o país pagaria o déficit.
Isso é algo que não muda rapidamente, mesmo que o país esteja passando por um momento difícil economicamente, há o senso de referência e lealdade.
Ou seja, as pessoas dos setores mais pobres da sociedade obtiveram acesso a diversos direitos que melhoraram seus padrões de vida, e, por isso, as pessoas novamente estão conscientes disso, e Maduro também se beneficia disso, já que ele tem o apoio e a lealdade da classe baixa do país, mantendo ele no poder até o momento.