Anteriormente, o enviado especial dos EUA à Venezuela, Elliott Abrams, declarou que Washington não exclui sanções a países terceiros por fazer negócios com autoridades venezuelanas. Até agora, os Estados Unidos somente sancionaram diretamente líderes e empresas venezuelanas. Sanções secundárias ainda não foram aplicadas, o que poderia prejudicar ainda mais a economia do país latino-americano.
"Se encaixa no princípio da política norte-americana, não só em relação à Venezuela. Penso que entre os países sujeitos a sanções podem estar, acima de tudo, Rússia, Cuba e Nicarágua. Os americanos estão simplesmente revivendo a Doutrina Monroe, defendendo seu "quintal" de governos indesejados. Os Estados Unidos não precisam da Venezuela como segunda Cuba, que eles aguentam há mais de 60 anos e não podem vencê-la de forma alguma", disse Pshenichnikov.
De acordo com Pshenichnikov, o segundo fator que leva os Estados Unidos a sancionar é o petróleo. "A Venezuela tem uma das reservas de petróleo mais ricas do mundo, os EUA não a controlam desde os tempos de Hugo Chávez, e, claro, americanos não querem mais suportar isso. Deve-se entender que os americanos estão empenhados na Venezuela e não vão deixá-la de lado", disse o especialista.
A Venezuela está passando por uma crise política que se agravou em 23 de janeiro, depois de o chefe da Assembleia Nacional, o opositor Juan Guaidó, se declarar presidente interino do país latino-americano. Guaidó foi reconhecido pelos EUA, pela maioria dos países-membros do Grupo de Lima e por várias nações ao longo das Américas, bem como por grande parte dos Estados-membros da União Europeia. Rússia, assim como Bolívia, China, Cuba, Irã, Turquia e outros países, reafirmou seu apoio ao governo venezuelano comandado por Maduro.