Depois de ameaçar "sanções econômicas esmagadoras", o assessor de Segurança Nacional, John Bolton, pediu ao líder norte-coreano Kim Jong-un que abandonasse qualquer ideia de uma desnuclearização gradual de seu país.
"Os norte-coreanos, obviamente, gostariam de desistir de suas armas nucleares, biológicas, químicas e de mísseis balísticos, em troca de um alívio muito amplo das sanções", afirmou Bolton à Fox News na última quinta-feira, destacando que o presidente Donald Trump "não estava aceitando" tal abordagem durante as negociações na cúpula de Hanoi, na semana passada.
Os Estados Unidos ainda esperam que a Coreia do Norte seja totalmente desnuclearizada antes do fim do mandato de Trump, em 2021, informou um funcionário do Departamento de Estado aos jornalistas, insistindo que a abordagem incremental foi rejeitada pela administração.
"Onde realmente precisamos ver o progresso, e precisamos vê-lo em breve, são passos significativos e verificáveis sobre a desnuclearização o mais rápido que pudermos", revelou a autoridade. "Estamos conscientes de que a cada dia o desafio é maior, a ameaça representada […] não está indo embora."
Donald Trump e Kim Jong-un deixaram a cúpula de Hanoi na semana passada de mãos vazias, depois que o líder norte-coreano não conseguiu convencer Trump a cumprir sua parte do acordo e remover pelo menos algumas das sanções.
Poucos dias depois, imagens de satélite surgiram convenientemente, mostrando "atividade" não especificada no local de lançamento de satélites Sohae, que a Coreia do Norte começou a desmantelar no ano passado. Além disso, a agência de notícias sul-coreana Yonhap publicou uma notícia afirmando que o Norte está operando instalações de enriquecimento de urânio em Yongbyon.
Embora autoridades dos EUA admitissem que não tinham ideia do que estava acontecendo e buscavam "esclarecer" a situação, com o próprio Bolton enfatizando que era cedo demais para fazer qualquer julgamento, Trump já havia expressado sua "decepção" com as ações de Pyongyang.