No início desta semana, o Pentágono anunciou sua decisão de retomar a fabricação de componentes para mísseis proibidos pelo Tratado INF, do qual os EUA anunciaram a decisão de se retirar ainda este ano.
A mídia, por sua vez, informou que se trata de dois sistemas de mísseis: o novo míssil de cruzeiro com um alcance de 1.000 quilômetros, enquanto o míssil balístico terá o alcance de 3.000 a 4.000 quilômetros.
O analista político Stanislav Byshok, da Organização Internacional de Monitoramento CIS-EMO, comentou esse assunto em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
"Os EUA têm motivos para abandonar o Tratado INF, querem ter as mãos livres para uma maior modernização militar", declarou o analista, sublinhando que Washington usa a alegada violação do tratado pela Rússia como pretexto.
Segundo o analista, a Rússia será forçada a reagir às ações dos EUA.
"Acredito que a saída dos EUA do tratado vai levar a Rússia a modernizar mais ativamente seu armamento", explicando que, quando o país tão grande como os EUA começa a fortalecer seu arsenal militar, os outros países não podem deixar isso sem resposta.
Ao longo dos últimos anos, a Rússia e os EUA se têm acusado mutuamente da suposta violação dos termos do Tratado INF assinado em 1987 com a então União Soviética, que não tem data de expiração e proíbe as partes de terem mísseis balísticos terrestres ou mísseis de cruzeiro com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros.
Desde 2 de fevereiro, os EUA suspenderam suas obrigações quanto ao INF. O presidente russo Vladimir Putin, por sua vez, assinou o decreto sobre a suspensão do Tratado INF pela Rússia em 4 de março de 2019.