A instalação Al Ghadir, supostamente usada para enriquecer o urânio necessário para fabricação de bombas nucleares, foi oficialmente construída em 2007. No entanto, o centro de pesquisas americano cita o chamado "arquivo nuclear iraniano", revelado em 2018 por Netanyahu, alegando que na realidade esta instalação já existia em 2004 e que sua construção provavelmente começou em 2002.
Geospatial imagery obtained by the Institute shows that construction on the then-secret Fordow enrichment plant, aka Al Ghadir, was well underway by 2004/2005. https://t.co/LFt0NvPTbu pic.twitter.com/LjnMineHnQ
— Inst for Science (@TheGoodISIS) 14 de março de 2019
As imagens geoespaciais obtidas pelo Instituto mostram que a construção da então secreta instalação de enriquecimento de urânio de Fordow, também conhecida como Al Ghadir, já estava bem avançada em 2004/2005
A instalação nuclear foi descoberta pela primeira vez em 2009, relata o The Jerusalem Post. A descoberta e a consequente crise diplomática provocaram as sanções impostas a Teerã pelo Conselho de Segurança da ONU. Em 2015, após anos de negociações, o Irã, a UE e 6 outros países assinaram o famoso acordo nuclear, que levantou as sanções em troca de o Irã abandonar suas aspirações em matéria de armas nucleares.
"O Arquivo Nuclear levanta novamente a decepção do Irã sobre suas atividades com armas nucleares anteriores e levanta profundas questões sobre o verdadeiro propósito desta instalação", diz o relatório do Instituto de Ciência e Segurança Internacional.
O diretor do instituto, David Albright, disse em entrevista ao Jerusalem Post que a instalação de Fordow poderia ser usada para produzir de uma a duas bombas atômicas por ano.
Mas a apresentação foi recebida com interesse limitado, pois a maioria das informações no suposto arquivo seria conhecida desde cerca de 2007.
O acordo nuclear do Irã, conhecido oficialmente como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), foi assinado em 2015 pelo Irã, China, Rússia, UE, Reino Unido, EUA, França e Alemanha. Os países participantes continuam a aderir ao acordo, apesar da decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de se retirar unilateralmente do acordo em 2018.