"Quase três anos se passaram desde que o público votou para deixar a União Europeia", disse May em um discurso nesta quarta-feira. "Foi o maior exercício democrático da história do nosso país. Cheguei ao poder com a promessa de cumprir esse veredito. Em março de 2017, dei início ao processo do Artigo 50 para o Reino Unido sair da UE, e o Parlamento o apoiou de forma esmagadora".
"Os parlamentares foram incapazes de chegar a um acordo sobre uma forma de implementar a retirada do Reino Unido. Como resultado, agora não vamos sair a tempo com um acordo em 29 de março. Esse atraso é uma questão de grande pesar pessoal para mim. E disso, tenho absoluta certeza — vocês, o público, já tiveram o suficiente", disse May.
O Reino Unido deveria deixar a UE em 29 de março de 2019, mas o repetido fracasso do governo britânico em ratificar um acordo assinado entre Londres e Bruxelas deixou o país à beira de um Brexit "sem compromisso", sem um acordo político para reger as relações diplomática ou econômica após o final do mês.
"Vocês estão cansados das lutas internas, cansados dos jogos políticos e das fileiras de procedimentos", disse May ao público. "Eu concordo. Estou do seu lado. Agora é hora dos parlamentares decidirem", disse ela, repreendendo os legisladores por não chegarem a um acordo e apenas listar "o que eles não querem".
"Os [parlamentares] querem deixar a UE com um acordo sobre o resultado do referendo, que retoma o controle do nosso dinheiro, fronteiras e leis, protegendo os empregos e a segurança nacional? Eles querem sair sem um acordo?" Ou eles não querem sair, causando danos potencialmente irreparáveis à confiança do público, não apenas nesta geração de políticos, mas em todo o nosso processo democrático? Já é hora de tomarmos uma decisão".
Tanto May quanto a Câmara dos Comuns rejeitaram completamente a idéia de um Brexit "sem acordo". May disse na quarta-feira que escreveu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, solicitando a prorrogação até 30 de junho.