O rascunho existente, que tem sido consistentemente rejeitado pelos parlamentares britânicos, é o resultado de dois anos de negociações e a UE deve deixar claro que não pode ser simplesmente renegociado, afirmou Macron durante a cúpula do Brexit em Bruxelas.
Se os deputados britânicos rejeitarem o acordo mais uma vez, não haverá acordo.
O presidente francês também observou que a situação atual não pode ser prolongada "indefinidamente" e que a "escolha do povo britânico" deve ser respeitada.
"Não podemos fingir depois de três anos que o povo britânico não votou para sair", declarou.
A mensagem de Macron soou um pouco contraditória, no entanto, como ele também disse que ele está "aberto a uma extensão técnica" do prazo do Brexit, mas ele ressaltou que a bola está na quadra de Londres.
Cabe ao Reino Unido dizer à UE qual seria sua nova política, comentou o líder francês, acrescentando que outra prorrogação do prazo exigiria um "plano claro" por parte do Reino Unido.
"Devemos ser claros para nós mesmos, nossos amigos britânicos e nosso povo. Em primeiro lugar, estamos negociando o acordo de retirada por dois anos. Não pode ser renegociado. Em segundo lugar, no caso de outro voto 'Não' na Grã-Bretanha, estaremos caminhando para um acordo sem acordo. Todo mundo sabe disso", pontuou Macron ao chegar a um encontro de líderes europeus em Bruxelas.
O Parlamento britânico deve votar a oferta apoiada pela UE pela terceira vez na próxima semana. Apesar de duas derrotas anteriores na legislatura, a primeira-ministra britânica Theresa May ainda está pedindo aos parlamentares que finalmente apoiem o acordo.
Ela também disse que pediu ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que estendesse o artigo 50 até 30 de junho para dar aos parlamentares britânicos a oportunidade de fazer uma "escolha final". Ao mesmo tempo, ela chamou o fato de que o Reino Unido falhar em deixar a UE na data marcada de 29 de março uma "questão de grande pesar pessoal".