"Agora estamos entrando em uma nova fase de uma certa competição com os principais poderes espaciais, relacionados a futuros programas tripulados, inclusive no espaço profundo", declarou o chefe da Roscosmos, Dmitry Rogozin, nesta sexta-feira.
Rogozin também revelou que recentemente conversou com o presidente da Academia Russa de Ciências, Alexander Sergeev, e discutiu os detalhes do programa da Lua e as especificações de cargas necessárias para isso.
Dada a complexidade da exploração espacial, qualquer "corrida espacial" — contemporânea ou a que pertence à era da Guerra Fria — é na verdade uma espécie de "competição cooperativa" —, acredita Nathan Eysmont, chefe do Instituto Russo de Estudos Espaciais.
"Isso não significa que todo mundo está trabalhando com os cotovelos e correndo em algum lugar para ser o primeiro. Pode ser surpreendente, mas sem cooperação não haverá competição", disse Eysmont à RT.
Espera-se que os primeiros cosmonautas russos andem na superfície do único satélite natural da Terra até 2030. O programa da Lua envolve o desenvolvimento de um módulo de levantamento e aterrissagem super pesado.
Antes da muito aguardada missão Lua, a Roscosmos precisará realizar vários lançamentos de testes, incluindo um foguete de transporte super pesado do tipo Don. Espera-se que o foguete seja capaz de transportar uma carga útil de 130 toneladas para a órbita baixa da Terra e até 32 toneladas para a órbita da Lua. A missão tripulada à Lua também será precedida pelo lançamento de um módulo lunar, ainda sem nome.
Além de realizar a missão da Lua, Rogozin pensou em estabelecer uma base permanente no satélite no ano passado. A base, se for concretizada, será habitada por robôs de "avatar" controlados remotamente, de acordo com o chefe da Roscosmos.