Paradoxo de Fermi
Em uma conversa informal do físico Enrico Fermi com outros cientistas em 1950 surgiu o assim chamado paradoxo de Fermi, uma contradição na astronomia que consiste em uma pergunta. Se a vida extraterrestre e civilizações alienígenas são muito prováveis, porque nenhuma delas estabeleceu contato com a nossa?Existem explicações biológicas e sociológicas para esse enigma?
"Estamos muito interessados na abordagem científica utilizada na análise do paradoxo de Fermi e busca de vida inteligente no Universo", disseram Cyril Birnbaum e Brigitte David na Cidade da Ciência e Indústria (Cité), em Paris, que recebeu a reunião.
"A pergunta de se estamos sós afeta a todos nós porque está diretamente ligada à humanidade e ao nosso lugar no espaço", acrescentaram.
'Zoo galáctico'
"Talvez os extraterrestres estejam observando os humanos na Terra da mesma maneira que nós observamos animais num jardim zoológico", explicou Douglas Vakoch, presidente de METI. Ele propôs também que os humanos sejam mais ativos na busca de inteligência extraterrestre.
"Se fossemos a um zoo e de repente uma zebra se virasse para nós, nos olhasse nos olhos e começasse a bater em uma série de números primos com sua pata, isso estabeleceria uma relação radicalmente diferente entre nós e a zebra, e nós nos sentiríamos obrigados a responder", comentou Vakoch.
"Podemos fazer o mesmo com os extraterrestres transmitindo sinais de rádio potentes, intencionais e ricos em informação às estrelas próximas", acrescentou.
'Quarentena galáctica'
O cientista Jean-Pierre Rospars supôs que os extraterrestres provavelmente tenham imposto uma "quarentena galáctica" por entenderem que seria culturalmente prejudicial para nós descobri-los.
Radioastronomia vs. colonização interestelar
Atualmente, a radioastronomia é a única forma prática de enviar mensagens ao espaço, mas apenas a colonização total de outras estrelas demostraria a existência de vida inteligente.
"Parece que apesar de a comunicação por rádio proporcionar um meio natural para buscar inteligência extraterrestre para civilizações de menos de uns milênios de idade, as civilizações mais antigas deveriam desenvolver programas extensos de colonização interestelar", ressaltou o investigador Nicolas Prantzos.
Por que extraterrestres poderiam ser muito diferentes dos humanos?
"O ambiente em um exoplaneta imporia suas próprias regras", disse o astrofísico dos EUA Roland Lehoucq.
"Não há uma tendência única na evolução biológica: a grande variedade de morfologias observadas na Terra faz com que qualquer especulação exobiológica seja impossível, ao menos para a vida ‘complexa' macroscópica", explicou Lehoucq.
O cientista não crê que os humanos tenham muito em comum com as formas de vida extraterrestre.
"Estamos demasiado obcecados conosco próprios para imaginar uma vida extraterrestre, e muito menos para encontrá-la e comunicar com ela", concluiu Jamie Carter, acrescentando que provavelmente existe, mas nunca encontraremos essa vida.