A medida é vista como uma forma de atender umas das principais reivindicações dos caminhoneiros. Ivar Luiz Schmidt, líder do Comando Nacional dos Transportes (CNT), entidade sindical que representa a categoria, disse que há uma grande insatisfação nos caminhoneiros por conta da alternância constante dos preços dos combustíveis por parte da Petrobras.
"Ano passado, durante as paralisações, houve as negociações com o governo Temer e tudo que foi negociado lá hoje não tem mais valor", explicou à Sputnik Brasil.
Ivar Luiz Schmidt destacou o fato de que a lei que cria um tabelamento do preço dos fretes não está sendo cumprida pelas empresas e que os preços praticados são os mesmos desde 2013.
O líder do Comando Nacional dos Transportes (CNT) acredita que pode ser realizada uma paralisação de um dia em 30 de março.
"Não é possível precisar se haverá uma greve e de que tamanho ela será, a princípio eu ouvi de algumas lideranças desse novo movimento, que iria ser somente no dia 30 uma paralisação de um dia", contou à Sputnik Brasil.
Vander Costa, presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), entidade patronal, utiliza o mesmo argumento dos aumentos constantes praticados pela Petrobras para explicar a insatisfação generalizada da categoria.
"O autônomo do transporte de carga tem um conhecimento muito grande de rodovia e da forma como trabalhar com o caminhão, mas não tem a expertise de um operador do mercado financeiro para conviver com altas frequentes e isso faz com que ele perca do controle do custo dele e acabe a oferecer o frete a um preço que inviabiliza a sua atividade", disse à Sputnik Brasil.
Porém, na opinião de Vander Costa a mudança anunciada pela Petrobras torna a greve muito difícil de ser concretizada.
"Foi suficiente para poder diminuir a vontade da greve e eu chego a dizer que hoje foi desmobilizada a greve. Se a Petrobras cumprir a promessa de não variar com menos de 15 dias e avançar com uma previsibilidade maior, uns 30 dias, a gente afasta a possibilidade de uma paralisação dos carreteiros neste momento", comentou.
No ano passado, os caminhoneiros realizaram a maior greve da categoria no país e deixaram diversos mercados e postos de gasolina desabastecidos. Após dias de paralisação, o ex-presidente Michel Temer negociou com a categoria e atendeu algumas das reivindicações.