Na véspera, em uma reunião do Conselho Nacional do Espaço, o vice-presidente americano Mike Pence anunciou que o presidente Trump deu indicação para se efetuar o desembarque de astronautas americanos na Lua em 2024.
"Isto é semelhante à situação de John F. Kennedy em 1961, quando ele estabeleceu a meta de efetuar o pouso na Lua, com a expectativa de que isso acontecesse no final de seu segundo mandato como presidente. Um novo pouso na Lua em 2024, que seria o último ano do possível segundo mandato presidencial de Trump, seria a cereja em cima do bolo presidencial", disse Ionin.
"Naquela época, havia um confronto entre dois sistemas socioeconômicos antagônicos, a corrida era consequência da competição geopolítica entre os dois blocos. O único motivo de Kennedy, depois do lançamento do primeiro satélite da União Soviética e do voo de Gagarin, era mostrar aos ‘vermelhos' quem manda e provar que os EUA são o líder tecnológico mundial", lembrou Ionin.
O especialista adiciona que Trump não será capaz de obter o apoio nacional para o projeto com um simples pouso na Lua. Além disso, de acordo com ele, para a realização do programa lunar da NASA não serão suficientes os US$ 21 bilhões destinados à organização para 2020.
"Isto é apenas 0,1% do PIB dos EUA, enquanto na presidência de Kennedy foram alocados 2%, segundo várias estimativas. O orçamento da NASA precisa de ser aumentado em várias vezes", disse Ionin.
Por sua vez, o responsável científico do Instituto da Politica Espacial, Ivan Moiseev, disse que a criação da estação Gateway poderia ser o primeiro passo para o desembarque dos americanos na Lua.
"Nos últimos conceitos de Gateway há a mudança de uma estação orbital para um posto de transbordo para desembarque na Lua. Sim, isso será mais caro que apenas pousar na Lua, levará mais tempo e exigirá mais dinheiro, mas no futuro esse posto avançado poupará dinheiro em missões regulares à Lua", disse Moiseev.
Entretanto, de acordo com Moiseev, os EUA podem realmente ir à Lua até o final dos anos 2020 se seguirem uma política consistente. Ele lembrou que George W. Bush anunciou na sua época o projeto Constellation para criar uma nova geração de naves espaciais para tripulados, mas Barack Obama cancelou-o, redirecionando a NASA para pousar em um asteroide. "Quando Trump assumiu o controle dos EUA, ele se lembrou da Lua e exigiu um movimento rápido nessa direção", afirma Moiseev.