Bancado pelo governo de Barack Obama e por Soros, o Centro de Ação Anticorrupção (AntAC) estava sendo investigado como parte de uma investigação maior da Procuradoria Geral da Ucrânia sobre a má alocação de US$ 4,4 milhões em fundos americanos para combater a corrupção no país da Europa Oriental.
Como a corrida presidencial de 2016 esquentou nos Estados Unidos, a embaixada dos EUA em Kiev deu ao promotor-geral da Ucrânia, Yuri Lutsenko, "uma lista de pessoas que não devemos processar" como parte da investigação, informou o The Hill. Por fim, nenhuma ação foi tomada contra o AntAC.
Lutsenko declarou ao site que acredita que a embaixada queria que a investigação fosse rejeitada porque poderia ter exposto os democratas a um possível escândalo durante a eleição de 2016.
Uma autoridade do Departamento de Estado dos EUA que conversou com o The Hill disse que, embora o pedido para anular a investigação seja incomum, Washington teme que o AntAC seja alvo de represália pela defesa do grupo por reformas anticorrupção na Ucrânia.
O AntAC não era apenas a benfeitora de clientes bem conectados — na época, também estava colaborando com agentes do FBI para descobrir os negócios da Paul Manafort, gerente de campanha de Donald Trump, na Ucrânia. Posteriormente, Manafort tornou-se um alvo de destaque da investigação do indicado especial Robert Mueller no alegado conluio russo, e foi condenado a sete anos e meio de prisão por fraude fiscal e outros crimes financeiros.
Lutsenko divulgou em entrevista ao The Hill na semana passada que abriu uma investigação sobre se funcionários ucranianos vazaram registros financeiros durante a campanha presidencial dos EUA em 2016, em um esforço para influenciar a eleição em favor da democrata Hillary Clinton.
Embora o AntAC possa ter falhado em ajudar o FBI a encontrar a arma conspiradora da Rússia, as atividades do grupo constituem mais um elo entre a investigação Russiagate e Soros, um mega-doador democrata que aposta em Hillary Clinton na Casa Branca em 2016.
Em 2017, o bilionário filantropo desviou dinheiro para um novo grupo, o Democracy Integrity Project, que posteriormente se associou ao Fusion GPS para criar o agora infame dossiê Steele.
Porta-vozes do AntAC e do grupo Open Society Foundations, de Soros, não quiseram comentar sobre o furo do The Hill.
Ironicamente, o procurador-geral que precedeu Lutsenko, Viktor Shokin, renunciou sob pressão de Washington — que acusou Shokin de corrupção.
Autoridades americanas virtuosas continuam a fazer demandas similares ao sistema judiciário da Ucrânia. No início deste mês, Washington pediu ao governo ucraniano que demitisse seu promotor especial contra a corrupção, mais uma vez por acusações de abuso administrativo.