"O espaço é patrimônio comum da humanidade e todas as nações têm a responsabilidade de evitar ações que possam levar à militarização dessa arena", informou o Ministério de Relações Exteriores do Paquistão em um comunicado divulgado na quarta-feira.
Embora o Paquistão não tenha apontado um dedo para a Índia, Islamabad fez o comunicado logo após o primeiro-ministro indiano Narendra Modi saudar o teste bem sucedido de seu país de um míssil anti-satélite de primeira linha.
O Paquistão espera que "países que no passado condenaram veementemente a demonstração de capacidades semelhantes por parte de outros" também façam sua parte na redução de "ameaças militares relacionadas ao espaço exterior".
"A ostentação de tais capacidades é uma reminiscência da inclinação de Don Quixote contra os moinhos de vento", acrescentou o ministério paquistanês de maneira sarcástica.
No início da quarta-feira, Modi fez um discurso inesperado para a nação, proclamando que a Índia é agora uma "superpotência espacial" e um membro de uma "superliga" após o teste bem-sucedido de mísseis.
Ele não forneceu detalhes sobre o teste, que ele disse que fazia parte da "Missão Shakti", mas revelou que o satélite em questão foi abatido a 300 km.
Observando como os vizinhos regionais da Índia haviam "reagido em linhas mais ou menos esperadas", o jornalista militar indiano Shiv Aroor explicou à Agência Reuters como o lançamento da Índia era o mais recente de sua linha de baluartes militares.
"Além da mensagem estratégica, também é uma extensão enfática do míssil balístico nativo e dos programas espaciais altamente bem sucedidos da Índia", avaliou.
"Como uma economia em ascensão, a Índia reconhece claramente a necessidade de dissuasão e mensagens estratégicas. O teste de hoje certamente contribui para o debate sobre a 'militarização do espaço', mas os compromissos da Índia com os protocolos internacionais, incluindo aqueles no espaço, são muito mais consistentes do que qualquer outro país com capacidades semelhantes", finalizou.