Antes de ser introduzida no "Eixo do Mal" do então presidente George H. Bush, a guerra do Iraque com o vizinho Irã tornou-a uma procuração útil para ajudar Washington a esmagar o nascente governo revolucionário em Teerã.
Para realizar a tarefa, Bagdá precisava de bombas, e o rico empresário chileno Carlos Cardoen por acaso tinha suprimentos em estoque.
Segundo o ex-funcionário da Segurança Nacional dos EUA, Howard Teicher, parte da razão pela qual Cardoen se encontrou no lugar certo na hora certa para selar o lucrativo acordo foi que a CIA havia intervindo para ajudar a fabricar e facilitar a venda de bombas de fragmentação ao governo iraquiano.
No entanto, à medida que os tempos mudavam e as relações dos EUA com o Iraque iam para o sul, as armas vendidas a Saddam Hussein acabaram sendo transferidas para Washington durante a Guerra do Golfo, quando ajudaram a equipar o regime agora inimigo.
Foi assim que Cardoen, de 76 anos, se viu na mira dos oficiais dos EUA desde 1993, apesar de suas alegações de inocência, e do possível papel que a própria CIA desempenhou ao ajudá-lo a fazer sua fortuna.
O caso está nas mãos da Suprema Corte chilena, que deverá responder a respeito do pedido das autoridades norte-americanas. Por sua vez, Cardoen alega ser vítima de Washington, que quer apontá-lo como bode expiatório.