"Eu disse à primeira-ministra que, nas atuais circunstâncias, e enquanto continuarmos a considerar o Acordo de Retirada como uma rota de saída segura para Gibraltar, dado que isto não foi endossado pela Câmara dos Comuns, a posição do Governo de Sua Majestade de Gibraltar terá de apoiar uma revogação da notificação ao abrigo do artigo 50º em detrimento de uma longa extensão da adesão à UE ou um despedimento sem acordo da UE. Confirmei-lhe que assinei a petição para a revogação da a notificação do Artigo 50", disse Picardo em um comunicado datado de 29 de março.
"Na opinião do Governo de Gibraltar, uma revogação permitiria [May] e o Parlamento do Reino Unido determinar como proceder sem precisar do acordo do Conselho da UE. Tal medida permitiria ao Reino Unido ser dispensado de qualquer pressão de tempo", disse Picardo.
O ministro-chefe continuou dizendo que a revogação não poderia ser o passo final no processo e que, para apoiar o processo democrático, o Reino Unido precisaria realizar outro referendo público para determinar se os cidadãos britânicos queriam permanecer ou deixar o bloco europeu.
A declaração vem depois que o Parlamento do Reino Unido rejeitar o acordo de retirada do Brexit pela terceira vez. Em conformidade com seu contrato de extensão de prazo com a União Europeia, deve propor um acordo alternativo até 12 de abril ou sair do bloco sem um acordo. Os britânicos também podem revogar o artigo 50º do Tratado de Lisboa, cancelando a saída da UE.
Gibraltar é um território britânico ultramarino no extremo sul da Península Ibérica, adjacente à Espanha, com uma população de cerca de 32 mil habitantes. O território é autônomo em todos os assuntos — incluindo tributação — exceto em política externa e defesa, que estão sob a jurisdição do governo do Reino Unido. No referendo de 2016, que determinou o destino do Reino Unido quanto ao Brexit, 96% dos eleitores de Gibraltar votaram para permanecer na União Europeia.