Inclusive, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Roscosmos deslocaram uma sonda especial para o Planeta Vermelho a fim de encontrar o composto juntamente com o vapor d'água e encontrar pistas sobre sua origem.
Uma equipe internacional de cientistas compara as observações realizadas pelos dois veículos espaciais em dias diferentes em 2013, o que confirmou a presença de metano em Marte, seguindo mais de uma década e meia de especulação depois que uma sonda da ESA descobriu a existência de elementos residuais do composto em Marte.
O estudo, liderado por Marco Giuranna do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, examinou as medidas do rover Curiosity da NASA e do veículo espacial Europe Mars Express recolhidas em junho de 2013, mostrando definitivamente a presença de quantidades residuais do composto na atmosfera sobre a cratera Gale, uma formação de 154 quilômetros de largura localizada ao longo da linha do equador de Marte e que se credita ser um lago seco.
"Isso é muito excitante e totalmente inesperado", afirmou o Giuranna ao AFP, enfatizando que "duas linhas de investigação completamente independentes apontaram para a mesma área geral da origem mais provável de metano".
Além de confirmar a presença de metano, os cientistas executaram modelos computadorizados a fim de descobrir sua origem, dividindo a região em torno da cratera Gale em 30 grades de 250x250 km².
O metano provavelmente surgiu debaixo de uma formação rochosa, onde está congelado em forma de chapa sólida e esporadicamente liberado.
De qualquer modo, o astrofísico declarou que o metano "pode adicionar a habitabilidade dos ambientes marcianos, como determinados tipos de micróbios que podem utilizar o metano como uma fonte de carbono e energia".
Além disso, Giuranna notou que se grandes quantidades de metano forem encontradas, o composto poderia ajudar a "sustentar uma presença humana" em Marte, incluindo uma possível fonte de combustível, ambos para a construção e propulsor para veículos espaciais indo para a Terra. As descobertas de Giuranna foram publicadas pela revista Nature Geoscience.