Conforme dados da Cruz Vermelha, pelo menos 1.000 pessoas morreram em resultado de inundações em Moçambique, provocadas por ciclone, enquanto Beira, que era uma das maiores cidades moçambicanas, está devastada.
Muitos voluntários viajaram a Moçambique na tentativa de ajudar as vítimas do cataclismo. Entre eles, há a professora de idioma italiano da Academia de Comércio Exterior da Rússia e coordenadora da comunidade italiana de Santo Egídio em Moscou, Svetlana Fain.
Em entrevista à Sputnik Itália, Svetlana Fain explicou por que decidiu, com colegas italianos, se tornar voluntária na região africana tão afastada da Rússia e da Itália.
"Tinha alguns amigos italianos na comunidade e me tornei voluntária para fazer parte de uma equipe unida, mas, a coisa principal aqui é que fiquei encantada com o que eles fazem em prol de pessoas desconhecidas. Decidi ser voluntária para ajudar as pessoas em situações difíceis."
História da comunidade de Santo Egídio
Destino da voluntária
Fain sempre quis ajudar o continente africano. No entanto, no caso de Moçambique, os voluntários pagam para ir, portanto, quando ela finalmente juntou dinheiro, o sonho se tornou realidade em 2007, primeira vez em que Fain esteve no país.
Dessa vez a ida a Moçambique pareceu fazer muito mais sentido para Fain.
A professora confessa que agora a "situação é trágica". "O ciclone atingiu as regiões centrais de Moçambique, especialmente Beira, a capital da província Sofala — a segunda cidade mais povoada do país". Segundo ela, a "cidade era pobre ainda antes da catástrofe: muitas pessoas moravam em casas de palha e barracos, e foi o ciclone que a devastou quase por completo, 90%".
"Como resultado, muitas pessoas começaram a buscar abrigos em escolas e estabelecimentos públicos que não foram derrubados. Os moradores não têm nada para comer, todas as colheitas foram inundadas pelo ciclone."
Outro problema, sublinha a voluntária, é a água potável contaminada que já provocou muitas doenças na população.
Ao mesmo tempo, Fain conta que se surpreendeu com os conhecidos de comunidade em Beira que "perderam casas, mas continuam trabalhando para ajudar outras pessoas".
"Dois centros do DREAM estão de pé, inclusive o centro de alimentação, que está recebendo centenas de crianças pobres e mães com bebês para alimentá-las. Apesar de danificações, os centros continuam operando", adiciona.
As instalações danificadas pelo ciclone estão, pouco a pouco, sendo reestabelecidas, diz Fain. Em particular, ela comunicou que os aeroportos já entraram em operação. Assim, a ligação com o mundo exterior se reestabelece, aponta, adicionando que "ficamos mais de uma semana separados do mundo sem poder saber notícias".
"Além disso, os moradores ficaram sem eletricidade, mas, agora, a rede elétrica foi felizmente restaurada."
A coordenadora aceita com tristeza que a restauração completa vá levar meses ou até anos, e reforça que não deixará de pensar com carinho e prestar ajuda a todos os moçambicanos.