Na semana passada, a Reuters informou, citando suas fontes, que, se as autoridades sauditas cumprirem essa ameaça, "a economia dos EUA entrará em colapso".
O Congresso está se preparando para discutir o projeto de lei NOPEC (Lei de proibição de cartéis de produção e exportação de petróleo). O documento considera ilegais as decisões da OPEP, bem como quaisquer ações conjuntas de governos de outros países (exceto dos EUA) destinadas a restringir a produção de petróleo e regular os preços das matérias-primas.
No entanto, muitos especialistas alertam que o NOPEC pode ter um efeito devastador e calculam que a cessação da OPEP levará a um colapso das cotações. O ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail bin Mohammed al-Mazrouei, observou que, se a norma for adotada, a indústria de xisto americana será a primeira a sofrer: a OPEP deixará de funcionar e cada um dos países aumentará a produção ao máximo, reduzindo os preços do petróleo.
O maior país produtor de petróleo, a Arábia Saudita, reagiu ao projeto de lei ameaçando substituir o dólar por outras moedas se os EUA aprovarem o projeto NOPEP.
Esse alerta não dever ser ignorado por Washington, pois os grandes consumidores de petróleo, especialmente a China e a UE, também estão pedindo uma redução na participação da moeda americana no comércio internacional.
Se a Arábia Saudita, que controla um décimo da produção mundial de petróleo, se recusar a vender petróleo por dólares, a posição global do dólar será enfraquecida. Isso reduziria drasticamente a influência de Washington no comércio mundial, incluindo a eficácia das sanções econômicas dos EUA contra outros países.
"A Arábia Saudita sabe que tem um poderoso instrumento de pressão — o petrodólar. Afinal, de fato, a venda de petróleo saudita por dólares é o principal fator que faz dos Estados Unidos uma superpotência econômica", afirmou um alto funcionário americano em entrevista à Reuters.
"Os sauditas dizem aos americanos: se vocês aprovarem o NOPEC, a economia dos EUA entrará em colapso", disse outra fonte, considerando o aviso de Riad como um ultimato.
Ainda assim, as chances de que Trump assine o NOPEC, mesmo que seja aprovado pelos legisladores, são praticamente zero, segundo a colunista do artigo. Riad tenta dessa forma mostrar que não é obediente a Washington e que tem meios de pressão sobre o parceiro. Portanto, a Casa Branca terá que considerar mais os interesses dos sauditas no futuro.