'Sou soldado da América': premiê do Kosovo diz que segue os EUA contra Sérvia e Rússia

© REUTERS / Hazir RekaRamush Haradinaj, candidate for Prime Minister, of the coalition of the former Kosovo Liberation Army (KLA) commanders AAK, PDK and NISMA speaks before the press during the Parliamentary elections in Pristina, Kosovo June 11, 2017.
Ramush Haradinaj, candidate for Prime Minister, of the coalition of the former Kosovo Liberation Army (KLA) commanders AAK, PDK and NISMA speaks before the press during the Parliamentary elections in Pristina, Kosovo June 11, 2017. - Sputnik Brasil
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O primeiro-ministro de Kosovo, Ramush Haradinaj, afirmou que as políticas de seu governo servem os interesses dos EUA contra a Sérvia e a Rússia, e que ele está apenas seguindo ordens de Washington.

"O povo albanês em todas as nossas terras faz parte do que a América está liderando. Em todo o plano global, estamos juntos", disse Haradinaj à Gazeta Blic, de língua albanesa, na última sexta-feira, descrevendo as tarifas de 100% sobre todos os bens da Sérvia e da Bósnia que o Kosovo impôs em novembro do ano passado.

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"Eu sou um soldado da América no chão. Eu apenas cumpro as ordens", declarou o premiê.

Haradinaj era comandante do Exército de Libertação do Kosovo (KLA) durante o conflito de 1998-1999, lutando por separar a província da Sérvia e torná-la um Estado albanês independente.

Em junho de 1999, após uma guerra aérea da OTAN de 78 dias, a Sérvia permitiu a manutenção da paz da ONU — o que na prática significava que a OTAN tomava o Kosovo e o entregava ao KLA.

"Ele está dizendo a verdade", disse o analista político Nikola Mirkovic, com sede em Paris, acrescentando que Haradinaj está dizendo abertamente o que tem sido nos últimos 20 anos, desde que os EUA e a OTAN treinaram, armaram e financiaram o KLA.

"Kosovo é claramente um protetorado americano hoje, e Haradinaj está apenas dizendo a verdade, ele é apenas um soldado americano", ponderou o analista à RT.

Mirkovic argumentou que a independência do Kosovo — declarada em fevereiro de 2008, mas reconhecida apenas pelos EUA e seus aliados — era uma ilusão. Nas disputas entre os albaneses étnicos, "é sempre o embaixador americano no final do dia que está recebendo a palavra final e quem está decidindo o que está acontecendo", acrescentou.

O Kosovo não é reconhecido por 5/7 da humanidade, incluindo Rússia, China e Índia, assim como a própria Sérvia, apontou Mirkovic. A política de Washington desde 2008, independentemente de qual partido esteja no poder, tem pressionado Belgrado a reconhecer o Kosovo como um Estado independente.

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"Por que a OTAN bombardeou a Iugoslávia há 20 anos? Porque queria uma posição nos Bálcãs, queria uma base militar como Bondsteel", explicou Mirkovic, referindo-se à enorme base dos EUA no sudeste do Kosovo.

Haradinaj teria sido desconvidado do café da manhã nacional de oração em Washington em fevereiro, supostamente por conta de tarifas. Houve até relatos de que ele e outro comandante do KLA — o presidente do Kosovo, Hashim Thaci — estavam sendo negados vistos para entrar nos EUA e tratar do assunto. No entanto, Haradinaj foi capaz de viajar para os EUA no fim de semana passado, postando uma foto de Detroit, Michigan em sua conta no Twitter.

Seus planos durante esta visita dos EUA parecem incluir apenas reuniões com membros da diáspora albanesa, no entanto, ao invés de qualquer reunião com funcionários da administração do presidente estadunidense Donald Trump.

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