Falando em uma reunião de produtores de vinho em Stellenbosch, no Cabo Ocidental, na terça-feira, o presidente sul-africano afirmou que não queria ver jovens agricultores brancos e as habilidades que eles possuem deixando o país, brincando de propor sua própria solução para a atual crise de emigração.
"Se eu pudesse, eu os amarraria em uma árvore e diria: ‘não vá embora, eu quero você aqui neste país’", disse Ramaphosa ao grupo de agricultores, principalmente brancos. O líder também se propôs a garantir aos viticultores seus medos em torno da reforma agrária na África do Sul, prometendo que, se reeleito, isso seria feito de acordo com a lei.
"O processo de reforma agrária é algo que nunca devemos temer. Isso será feito de acordo com o estado de direito e nossa Constituição", acrescentou o líder sul-africano.
As preocupações que ele tentou aliviar vêm de uma proposta do Congresso Nacional Africano (ANC), que foi apoiado por Ramaphosa. A reforma agrária da África do Sul visa expropriar terras agrícolas de propriedade privada e redistribuí-las aos membros da maioria negra sem-terra do país.
No entanto, o plano é controverso, uma vez que pretende aproveitar a terra sem qualquer compensação para os agricultores brancos e proprietários de terras que ainda formam uma parte importante da sua indústria agrícola.
Desde que o plano foi anunciado, tem havido relatos na mídia internacional de que fazendeiros brancos estão sob pressão crescente para abrir mão de suas terras, com alguns sendo até agredidos fisicamente ou até mesmo mortos.
A ansiedade sobre as apreensões de terra agravou um problema já crescente de emigração branca da África do Sul desde o final da era do apartheid. Na terça-feira, a mídia local informou que desde que o ANC chegou ao poder em 1994, cerca de 400 mil sul-africanos habilidosos, brancos e negros, partiram para melhores perspectivas no exterior.
A reportagem constatou que fatores impulsionadores da imigração branca incluíam o medo de mudanças e a falta de oportunidades profissionais, citando evidências de que as políticas do empoderamento econômico negro haviam enviado uma mensagem negativa a universitários brancos e possíveis empregadores.