Netanyahu twittou que Trump o chamou diretamente do Air Force One, o avião presidencial estadunidense. O presidente dos EUA estava em um voo para o Texas.
Netanyahu assegurou um caminho claro para a reeleição na quarta-feira e um quinto mandato recorde no cargo, com partidos religiosos-direitistas prontos para entregar a ele uma maioria parlamentar, apesar de uma disputa acirrada contra seu principal desafiante centrista.
"Trump felicitou calorosamente a mim e ao povo de Israel", escreveu Netanyahu.
"(Eu) agradeci ao presidente Trump por seu tremendo apoio a Israel, incluindo o reconhecimento de Jerusalém e das Colinas de Golã", acrescentou.
Rompendo com décadas de política dos EUA e consenso internacional, Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel em 2017 e a soberania israelense sobre as colinas ocupadas do Golan no mês passado. Trump mudou a embaixada dos EUA para Jerusalém em maio passado, irritando ainda mais os palestinos.
Netanyahu informou ainda que, no telefonema, ele também agradeceu Trump por designar a elite da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã como uma organização terrorista na segunda-feira.
Em declarações aos repórteres na Casa Branca, Trump disse que a reeleição de Netanyahu melhorou as chances de paz entre Israel e os palestinos.
"Todo mundo diz que você não pode ter paz no Oriente Médio, com Israel e os palestinos", disse Trump a repórteres na Casa Branca. "Acho que temos uma chance. Acredito que agora temos mais chances de Bibi ter vencido", afirmou, referindo-se a Netanyahu, que lidera o partido conservador Likud, por seu apelido.
"Ele tem sido um grande aliado e é um amigo. Eu gostaria de parabenizá-lo por uma corrida bem pensada", complementou Trump.
Durante a campanha eleitoral, Netanyahu destacou sua estreita relação com Trump, erguendo outdoors mostrando os dois líderes sorrindo e apertando as mãos.
Os resultados da votação de terça-feira em Israel ocorreram apesar das acusações de corrupção contra o premiê de 69 anos e o colocaram no caminho para se tornar o primeiro-ministro israelense mais antigo ainda este ano.
Os resultados finais são esperados para esta quinta-feira, com votos para os soldados e outras categorias especiais de eleitores ainda a serem contados.
Os resultados parecem deixar o presidente Reuven Rivlin, que deve pedir a um dos candidatos para formar um governo, com poucas opções a não ser escolher Netanyahu.
As negociações intensivas da coalizão seguirão e poderão se arrastar por dias ou até semanas.
Rivlin disse que iniciaria consultas com chefes de partido na semana que vem antes de tomar sua decisão.
Paz ainda possível?
Uma equipe liderada pelo assessor e genro de Trump, Jared Kushner, está trabalhando em um plano de paz entre israelenses e palestinos, mas não divulgou detalhes.
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, disse que "os israelenses votaram pela preservação do status quo. Eles disseram 'não' à paz e 'sim' à ocupação".
Os palestinos exigem um retorno total às fronteiras que existiam antes da guerra de 1967, quando Israel tomou a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza.
Netanyahu disse no sábado que anexaria os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada se ele ganhasse outro mandato.
A última rodada de negociações de paz mediadas pelos EUA entre Israel e os palestinos entrou em colapso em 2014.