O buraco negro fotografado encontra-se no centro da galáxia Messier 87 (M87), a 55 milhões de anos-luz da Terra, visível na constelação de Virgem. Sua imagem foi exposta na quarta-feira (10) em Bruxelas.
"Agora já vimos o que não pode ser visto", disse o astrônomo Avery Broderick, professor da Universidade de Waterloo (Canadá), e membro da equipe responsável por este feito científico.
Durante sua declaração à CBC, o astrofísico se mostrou entusiasmado com o futuro, pois "isto marca o início de uma nova era na astronomia, na pesquisa da gravidade".
Na imagem, o buraco negro parece um anel laranja em torno de uma silhueta redonda escura, na qual os astrônomos reconheceram o buraco negro supermassivo da galáxia M87. Ele não se localiza exatamente no centro da galáxia, mas a 22 anos-luz na lateral — o que facilitou o reconhecimento.
Essa foi a previsão que Albert Einstein fez quando postulou a Teoria da Relatividade Geral, afirmando que há regiões no Universo que distorcem o tempo e o espaço porque são de tal maneira densos que nada, nem mesmo a luz, lhes consegue escapar. Até então, estas afirmações se limitavam apenas a imagens ilustrativas de buracos negros.
Simulação/Expectativa; Imagem real
"Podemos testar a relatividade geral nesta região, que nunca havia sido acessada antes", disse Broderick, complementando que a imagem do buraco negro deu ao mundo científico a sensação de ser "extremamente poderoso".
Os cientistas não acreditam que sejam essas partículas que caíram no buraco negro, já que nada pode escapar à sua gravidade, mas pensam que as partículas são ejetadas pouco antes de cruzar o chamado horizonte de eventos — o ponto de não retorno à volta de um buraco negro, depois do qual o buraco consome tudo o que caiu dentro dele.
A captura foi possível graças a uma rede de oito telescópios espalhados pelo mundo e foi conduzida pelo projeto Event Horizon Telescope (Telescópio de Horizonte de Eventos).