"Eu advoguei por muito tempo o desenvolvimento de algum tipo de normas e regras internacionais no espaço", afirmou o general da Força Aérea dos EUA, John Hyten, aos membros do Comitê de Serviços Armados, comentando que, em sua opinião, estas normas e regras iniciariam com os resíduos no espaço, isso porque, os resíduos limitariam um futuro acesso ao espaço.
"Se mantivermos a criação de lixo no espaço, eventualmente será mais difícil encontrar um lugar para o lançamento, um lugar para colocar um satélite, para operar um satélite sem precisar manobrar o tempo todo para desviar dos resíduos. Tudo isso é complicado e deve ser trabalhado com perspectivas internacionais", afirmou Hyten.
Um exemplo disso é o lançamento de um satélite da Índia com um míssil antissatélite. O país afirmou que caso sejam criados os resíduos a partir do lançamento, isso não representaria uma ameaça para os patrimônios espaciais.
Contudo, mesmo que a Índia tenha realizado o teste em uma órbita abaixo dos 300 quilômetros, os resíduos poderiam "representar uma ameaça", afirma Jonathan McDowell, astrofísico da Harvard-Smithsonian Center em entrevista à CNBC, enfatizando que os indianos apenas realizaram o teste abaixo da órbita da Estação Espacial Internacional.
Além da Índia, a China também realizou um teste antissatélite em 2007, quando destruiu seu próprio satélite de tempo com sucesso, espalhando diversas partes do equipamento em órbita e criando uma nuvem orbital de resíduos mortais, aponta um recente relatório do Centro Nacional de Inteligência Aérea e Espacial (NASIC).
Com isso, os testes representam um negócio preocupante para as corporações e os governos que operam no espaço, já que eleva os riscos nos negócios dos países envolvidos na demonstração de capacidade militar.
Considerando que quanto maior for o número de testes, maior será o risco de esses resíduos impactarem com outros foguetes a caminho do espaço ou satélites em órbita baixa na Terra.