"Se olharmos para as ações de Washington nessa área, podemos concluir que os defensores de uma nova corrida armamentista prevalecem", disse o chefe da diplomacia russa.
"Quero enfatizar que eles não serão capazes de envolver a Rússia neste dispendioso exercício", destacou o ministro.
Lavrov denunciou que os Estados Unidos estão empenhados em "destruir" todos os acordos existentes em matéria de controle de armas, incluindo o Tratado sobre mísseis de curto e médio alcance (INF), e o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START).
Se os Estados Unidos conseguirem o que querem, as consequências serão desastrosas para outros mecanismos existentes em matéria de desarmamento e não-proliferação.
"É importante não permitir a realização do cenário que se expressa na fórmula familiar de 'ninguém queria guerra, mas a guerra era inevitável'. Estamos tentando trabalhar com todos os nossos parceiros de modo mais próximo e eficaz possível, fazendo propostas para aumentar previsibilidade e confiança na área de segurança internacional ", disse o diplomata.
Lavrov citou a proposta de um tratado de segurança euro-atlântica e iniciativa conjunta russo-chinesa para impedir a instalação de armas no espaço.
"Há outras propostas que permanecem na mesa de negociação…mas os nossos colegas em Washington, Bruxelas e outras capitais ocidentais não estão prontos para uma conversa tão profissional", acrescentou o ministro.
Em outubro passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que seu país abandonaria o pacto, porque Moscou supostamente violou o acordo.
Segundo o tratado START (também conhecido como START III), os EUA e a Rússia se comprometeram a reduzir seus arsenais para 700 mísseis, 1.550 ogivas nucleares.
Assinado em 2010, o acordo entrou em vigor em 2011 por um período de dez anos, prorrogável por outros cinco.
As conversações russo-americanas para estender o tratado estagnaram.