"Ninguém vai pedir o perdão do povo judeu, e isso nunca pode ser comprado em nome de interesses […] O que [os nazistas] fizeram conosco está gravado em nossa memória, na memória de um povo antigo", disse recentemente Rivlin no Twitter, segundo o The Times of Israel.
O político também advertiu que os israelenses nunca cooperarão com aqueles que negarem a verdade ou "tentarem apagar isso da memória", quer sejam indivíduos, grupos, "líderes partidários ou chefes de Estado".
O presidente de Israel também alertou os políticos contra "desvios para o território dos historiadores", que são responsáveis por pesquisar e descrever o passado. Segundo ele, os líderes políticos devem assumir a sua própria responsabilidade de "moldar o futuro".
Os comentários de Rivlin ecoaram uma declaração crítica emitida pelo museu oficial do memorial do Holocausto de Israel (Yad Vashem), dizendo, conforme citado pela mídia: "Não cumpre a ninguém determinar se os crimes do Holocausto podem ser perdoados".
Já o embaixador de Israel no Brasil, Yossi Shelley, tomou o partido do presidente brasileiro, alertando que quem tentar desacreditar "as palavras de um grande amigo do povo e do governo de Israel" não terá sucesso.
O diplomata afirmou que as palavras de Bolsonaro "deixaram claro seu total repúdio pelo maior genocídio da história, que foi o Holocausto".
"Em nenhum momento de seu discurso o presidente mostrou desrespeito ou indiferença em relação ao sofrimento judaico", publicou o embaixador no Facebook.
"Nós podemos perdoar, mas não podemos esquecer. E é minha essa frase. Quem esquece seu passado está condenado a não ter futuro", disse o presidente, acrescentando que é preciso agir para garantir que o Holocausto não se repita.
Durante a sua viagem a Israel, Bolsonaro além de assinar acordos e documentos sobre defesa, cibersegurança e cooperação policial junto com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, também visitou o memorial do Holocausto.