Cientistas de todo o mundo buscam efetuar a síntese termonuclear controlada, ou seja, tentam fundir dois núcleos de hidrogênio em um de hélio, e assim imitar as reações que ocorrem no Sol para conseguir uma fonte de energia inesgotável e ecologicamente limpa. O principal problema com que os físicos vêm lidando agora radica em que os núcleos atômicos possuem cargas positivas, portanto, é muito difícil os fundir, escreveu a jornalista Tatiana Pichugina em seu artigo para a Sputnik.
Por agora, os cientistas sabem como é possível reaquecer os isótopos de hidrogênio (deutério e trítio) até uma temperatura de milhões de graus. Porém, o plasma que se forma durante o aquecimento geralmente não é estável e acaba se esfriando em questão de segundos.
"Este tempo é insuficiente para que comece uma reação estável de síntese termonuclear", indicou a jornalista.
Porém, nos últimos dois anos, os cientistas chineses conseguiram marcar recordes tanto no tempo, como na temperatura de contenção do plasma no reator termonuclear EAST. Além disso, a China começou a construir instalações para a nova câmara toroidal com bobinas magnéticas CFETR.
"Por enquanto este tempo é o recorde mundial", enfatizou a autora do artigo.
Os pesquisadores chineses também provaram a eficácia do desviador de tungstênio com sistema de esfriamento por água, um dispositivo especial que se instala na parede do reator e ajuda a estabilizar o plasma, lê-se no artigo publicado no portal lOP Science.
A construção do CFETR deve começar em 2021 e terminar em 2035. Acredita-se que o aparelho produza milhares de megawatts de energia, o dobro da capacidade do Reator Termonuclear Experimental Internacional (ITER, sigla em inglês), que está sendo construído na França.
Além disso, Pequim pretende realizar uma prova de funcionamento do CFETR antes de os cientistas europeus começarem a construção do primeiro reator termonuclear comercial do mundo, denominado DEMO.