Segundo o jornal, em março de 2018, oficiais de segurança nacional de alto escalão se reuniram na Casa Branca para discutir com Trump como responder ao alegado envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e a filha dele Yulia na cidade britânica de Salisbury (Londres acusou Moscou de ter orquestrado o ataque).
Após o incidente, Londres declarou desejo de que Casa Branca expulsasse dezenas de supostos agentes russos, mas Trump estava cético. Inicialmente, ele considerou o envenenamento uma parte dos jogos legítimos de espionagem, desagradáveis, mas dentro dos limites da espionagem.
De acordo com fontes, para Trump concordar com a expulsão, Haspel e outros altos funcionários tentaram convencê-lo que Skripal e sua filha não foram as únicas vítimas do envenenamento efetuado pela Rússia.
"Haspel lhe mostrou imagens fornecidas pelo governo britânico que mostravam crianças hospitalizadas depois de serem contaminadas com o agente nervoso Novichok com o qual foram envenenados os Skripal. Depois ela mostrou uma foto de patos que, segundo as autoridades britânicas, foram inadvertidamente mortos pelo trabalho desleixado de agentes russos", informou o jornal The New York Times.
A Rússia, por sua vez, refutou as acusações do Reino Unido de que estaria envolvida no incidente de Salisbury.
"A Rússia não teve e não tem nada a ver com os eventos em Salisbury, a Rússia não está envolvida de forma alguma", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
É de assinalar que, segundo o famoso delator, Edward Snowden, Haspel que usava fotos tocantes para pressionar Trump, por sua vez, participou do programa de torturas cruel e encomendou a destruição do vídeo com evidências.
No ano passado, Snowden informou no Twitter que ela participou do programa de tortura que envolvia bater na barriga de uma mulher grávida, estupro anal de um homem com a comida que ele tentou rejeitar, e congelamento de um prisioneiro algemado até a morte.