A pior economia do mundo no ranking da Bloomberg é a Venezuela, envolta em caos político e social. O segundo lugar também é da América do Sul, com a Argentina. O ranking foi realizado com dados de 2018, mas previsão com os primeiros números de 2019 prevê que os dois primeiros colocados permanecerão em suas posições — e o Brasil irá saltar para a 8° posição.
Dados do IBGE mostram que o Brasil registrou, em dezembro de 2018, 12,2 milhões de desempregados, ou 12,4% da população economicamente ativa. Já a inflação em 2018 ficou em 3,75%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O economista e professor da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) Istvan Kasznar acredita que o índice da Bloomberg é pobre por ser composto de dois indicadores. Ele ressalta que existem outros números que podem mostrar a miséria da população, como a concentração de renda.
"No Brasil os 10% mais ricos, no ano 2017, detinham 44% da renda. Já os 10% mais pobres, apenas 1,4% da renda", disse à Sputnik Brasil o professor da FGV.
"Temos que criar um país que insere o brasileiro que está atuando loucamente, lutando muito como microempresário."
Segundo o IBGE, existem 54,8 milhões de pessoas em situação de pobreza no país. A estimativa considera pobre quem tem renda inferior a US$ 5,5 por dia, cerca de R$ 650 por mês.
Levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), também do IBGE, mostra que o 1% mais rico da população nacional recebe, em média, R$ 27.085 por mês.
A economista e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Maria Beatriz de Albuquerque David também têm críticas ao ranking da Bloomberg e diz que apesar das dificuldades, o Brasil tem reservas consideráveis e a inflação sob controle.
Ela indica como problemas da economia brasileira a "péssima distribuição de renda e desemprego muito elevado".
A professora da UERJ ressalta que a reforma da Previdência está sendo vendida como a "solução de tudo", o que seria uma expectativa irreal. Para a mudança deste quadro, avalia David, é necessário uma melhora da economia nacional e do cenário internacional. Antes disso, avalia, o curto prazo deverá ser crescimento econômico pequeno e desemprego persistente.