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'Conversa' rara entre enigmáticos botos do Brasil é registrada em VÍDEO

© Foto / Jorge Cervera Hauser Fotografia subaquática de golfinho no México (imagem referencial)
Fotografia subaquática de golfinho no México (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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Os pesquisadores conseguiram fixar em vídeo como os botos do rio Araguaia (Inia araguaiensis) interagem entre si, e descobriram que eles "falam" mais do que se pensava.

A equipe de especialistas gravou uma "conversa" entre os enigmáticos golfinhos do rio Araguaia, espécie nativa da bacia hidrográfica do Araguaia-Tocantins, no Brasil, informou recentemente o portal EurekAlert.

Anteriormente, pensava-se que essas criaturas eram pouco sociais, mas através da pesquisa revelou-se que eles podem realmente produzir centenas de sons diferentes para se comunicar.

"Descobrimos que eles interagem socialmente e fazem mais sons do que pensávamos anteriormente […] O repertório vocal deles é muito diversificado", disse a coautora do estudo, Laura May Collado, da Universidade de Vermont (EUA).

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A publicação indica que a equipe de biólogos usou câmeras subaquáticas e microfones para gravar sons e interações dos golfinhos, resultando em 20 horas de gravações.

Após a análise dos vídeos, os cientistas identificaram 237 tipos diferentes de sons e acreditam que possam existir ainda mais.

"É emocionante; os golfinhos marinhos como o botinhoso-do-norte usam assobios característicos para contato, e aqui temos um som diferente usado pelos botos do rio [Araguaia] para o mesmo propósito", afirma Collado.

Os assobios também foram ouvidos entre os botos do rio Araguaia, mas com menos frequência, e os cientistas acreditam que sirvam para o propósito oposto ao dos marinhos, ou seja, para manter a distância.

"Há muitos obstáculos, como florestas inundadas e vegetação, em seu habitat, então esse sinal poderia ter evoluído para evitar ecos da vegetação e melhorar a capacidade de comunicação das mães e de seus filhotes", diz a bióloga referente aos sinais emitidos pela espécie Inia araguaiaensis.

A meta da pesquisa é continuar estudando essa população de botos do rio Araguaia, que ainda não estão acostumados com humanos, e compará-la com outras espécies na América do Sul.

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