A Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, ressaltou que a maioria dos mortos era de muçulmanos da minoria xiita que podem não ter tido julgamentos justos e que ao menos três eram menores de idade quando condenados.
A Arábia Saudita afirma que realizou as execuções devido a crimes de terrorismo e está sendo cada vez mais questionada globalmente por seu histórico de direitos humanos desde o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi e pela detenção de ativistas dos direitos das mulheres.
Bachelet disse que é "particularmente repugnante" o fato de três dos mortos serem menores de idade.
Na noite de terça-feira, a Anistia Internacional disse que a maioria dos que foram executados em seis cidades pertenciam à minoria xiita e que foram condenados em "julgamentos de fachada", incluindo ao menos 14 pessoas que participaram de protestos antigoverno na Província Oriental do país rico em petróleo em 2011 e 2012.
A entidade disse em um comunicado que um deles, Abdulkareem al-Hawaj, foi detido quando tinha 16 anos, o que torna sua execução uma "violação flagrante da lei internacional".
A Província Oriental de maioria xiita tornou-se um ponto focal de agitação no início de 2011, com manifestações pedindo o fim da discriminação e demandando reformas na monarquia sunita muçulmana. A Arábia Saudita nega qualquer discriminação contra os xiitas.