Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente iraniano Hassan Rouhani, após tratativas entre os dois na última segunda-feira, Khan fez uma confissão que não foi bem aceita por vários políticos paquistaneses.
"Sei que o Irã sofreu com o terrorismo [perpetrado] por grupos que operam no Paquistão […] precisamos confiar uns nos outros que os dois países não permitirão qualquer atividade terrorista em seu solo. Esperamos que isso crie confiança entre nós", declarou Khan.
Khurram Dastagir Khan, do partido de oposição do Paquistão, a Assembleia Nacional, foi particularmente vocal em sua indignação com a declaração.
"Nenhum primeiro-ministro jamais fez tal confissão em solo estrangeiro", criticou. O legislador declarou que os comentários de Khan deixaram o país "exposto", ressaltando que tais "erros diplomáticos" realmente "prejudicaram a segurança nacional".
O membro da Assembleia Nacional e ex-ministro de Relações Exteriores, Hina Rabbani Khar, também direcionou palavras duras para o primeiro-ministro, dizendo que seus comentários mal concebidos estavam deixando fazendo do país "continuamente se tornar motivo de chacota".
"Isso não é mais engraçado. Você não pode mais brincar com o destino deste país […]. Você não pode fazer essas declarações idiotas e esperar que a gente fique ao seu lado", ponderou.
As relações entre o Paquistão e o Irã sofreram um revés no início deste mês, quando pistoleiros detiveram vários ônibus perto da remota cidade paquistanesa de Ormara e mataram 14 passageiros, em sua maioria militares.
Islamabad atribuiu o ataque ao grupo rebelde Baloch Raaji Aajoi Sangar (BRAS) e disse que os jihadistas estão operavam no Irã, acusando Teerã de "inação" contra terroristas. O Irã, por sua vez, condenou o massacre e concordou em criar uma "força de reação" de fronteira conjunta.
Em fevereiro, Teerã pediu ao Paquistão que tome medidas contra jihadistas responsáveis por matar 27 membros da Guarda Revolucionária do Irã.