"Se não fosse a decisão racional do Irã de não cooperar com Saddam, não haveria vestígios desses países hoje", declarou Rouhani na quarta-feira.
"Eles devem sua existência hoje ao Irã", acrescentou.
Saddam Hussein invadiu o vizinho Kuwait em 1990, mas foi expulso vários meses depois pela coalizão liderada pelos EUA durante a Guerra do Golfo.
De acordo com Rouhani, Hussein "repetidamente enviou pedidos e mensagens", dizendo que o Iraque e o Irã dividiriam uma fronteira de 800 quilômetros no Golfo Pérsico.
"Isso mostra que Saddam estava procurando ocupar a Arábia Saudita, Omã, os Emirados e o Qatar, além do Kuwait", relembrou o presidente iraniano, acrescentando que Hussein ofereceu "cooperação" nesses esforços.
Teerã recusou a proposta de Saddam e foi um dos primeiros a condenar seu ataque ao Kuwait, garantiu Rouhani, enfatizando que, ao fazê-lo, Teerã "salvou" Riad junto com outras nações do Golfo.
Aliada importante de Washington e grande compradora de armas fabricadas nos EUA, a Arábia Saudita é uma das principais rivais do Irã na região. Riad diz que o Irã ameaça sua segurança travando uma "guerra por procuração" no Iêmen e fornecendo mísseis que são lançados pelos rebeldes na Arábia Saudita.
O Irã nega todas as acusações e acusa os sauditas de cometer crimes de guerra durante a campanha de bombardeios que dura anos no Iêmen.