"São precisos dois para competir", afirmou nesta semana David Trachtenberg, vice-subsecretário de Defesa dos EUA, acrescentando que os EUA "não estão interessados em equiparar o sistema russo ao sistema".
Ele também observou que "os russos estão desenvolvendo uma incrível quantidade de novos sistemas de armas nucleares" e geralmente "estão fazendo uma série de coisas que simplesmente não estamos fazendo".
Falando no Brookings Institution em Washington, um importante grupo de estudos, Trachtenberg disse que a Rússia lançou recentemente um "programa de modernização militar" ao "re-escalonar e substituir completamente muitos de seus sistemas nucleares tanto no nível estratégico quanto no não-estratégico".
Os desenvolvedores de armas russos ficariam lisonjeados ao saber que eles estão chegando tão longe... mas eles estão?
Afinal de contas, os EUA não planejavam desenvolver seus próprios mísseis de médio alcance por anos, e nem sequer pensaram em gastar US$ 2,6 bilhões para desenvolver suas próprias armas hipersônicas. A América também está longe de buscar a aquisição de tecnologias de ponta nos campos de sistemas autônomos e inteligência artificial e nunca gastaria bilhões com isso!
E certamente nunca quis expandir ainda mais o domínio de combate ao armar o espaço. Sem mencionar projetos ainda mais bizarros, como sistemas de "raio da morte" baseados no espaço, sobre os quais o Pentágono nunca falou.
E o Pentágono nunca solicitou US$ 25 bilhões para modernizar a tríade nuclear, bem como para compartilhar a estratégia nuclear e a capacidade de desdobramento nuclear com seus parceiros da OTAN como parte de seu orçamento para 2020.
Certamente não são os jatos militares americanos e ocidentais que estão bisbilhotando perto das fronteiras russas em números cada vez maiores. E todos os jogos de guerra que a OTAN tem mantido à porta da Rússia, obviamente, visam apenas ajudar Moscou a melhorar sua segurança.
Em apenas uma questão, o funcionário do Pentágono não bancou o cordeiro.
Os EUA "têm a vontade e os meios para usar suas armas nucleares", mas apenas para que os aliados de Washington "se confortem" com forte apoio dos EUA.
"Continuamos a nos envolver com aliados e parceiros para que eles entendam nosso compromisso de estender a dissuasão a eles", explicou Trachtenberg.
Mas tudo isto é apenas para impedir a Rússia de saber o quanto é mais forte do que a OTAN.
"Estamos tentando dar alguns passos modestos para reduzir o senso de confiança da Rússia de que o que eles estão fazendo lhes dá algum tipo de vantagem explorável que pode levar a um erro de cálculo da parte deles, que absolutamente não queremos ver", concluiu.