A Rússia tem um acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para cortar sua produção em 1,2 milhão de barris por dia, que permanece em vigor até julho deste ano, disse Putin. Mas as dispensas dos EUA - que deram a uma série de países uma isenção das sanções existentes contra o Irã - expiram muito antes, ele lembrou.
"Não imagino como o mercado global de energia reagirá a isso", afirmou o líder russo.
Em novembro, os EUA reimpuseram sanções aos setores energético, naval e bancário do Irã, em uma tentativa de privar Teerã de suas principais fontes de receita. Mas eles também emitiram isenções para a China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Turquia - os principais importadores do petróleo iraniano - para que eles possam encontrar fornecedores alternativos de petróleo.
As desistências expiram em maio, o que significa que esses países poderiam enfrentar sanções dos EUA além desse prazo. China e Turquia, por sua vez, condenaram veementemente as restrições americanas, argumentando que os EUA não estão em condições de intervir em seus laços comerciais com o Irã.
Comentando a questão, Putin disse que espera que o mercado acabe evitando o déficit do petróleo iraniano e que o Irã ainda possa vendê-lo. O comentário veio na esteira de relatos conflitantes de que o presidente estadunidense Donald Trump persuadiu Riad a aumentar a produção de petróleo, diminuindo os custos de combustível. Tais informações foram denunciadas por funcionários da OPEP.
No entanto, não há "evidências" de que algum país vá se retirar do acordo da OPEP para reduzir a produção de petróleo, disse Putin.
"Não temos informações de nossos parceiros sauditas ou de outros membros da OPEP que estejam prontos para sair do acordo", comentou o presidente russo.
Ele assegurou que Moscou está "cumprindo seus compromissos" com os cortes de produção acordados pela OPEP e vários produtores não-OPEP em dezembro. Também parece "improvável" que a Arábia Saudita vá se retirar, sendo a força motriz por trás da coalizão mais ampla.