Segundo o artigo do jornal britânico Daily Mail, alguns felinos são mortos para que seus "ossos possam ser transformados em medicamentos e bugigangas" e revendidos por valores exorbitantes no Extremo Oriente, enquanto outros são transportados para matadouros e "mantidos em condições terríveis até serem abatidos".
Essa indústria repugnante foi exposta após uma investigação de um ano, feita por Lord Ashcroft e sua equipa de investigadores infiltrados, que acusou o Governo britânico de ser cúmplice no comércio por não ter proibido a importação de peles destes animais.
"A África do Sul é o único país do mundo que permite a criação de leões em larga escala, com animais majestosos mantidos em cercados ou gaiolas em mais de 200 fazendas e recintos fechados", escreveu o ativista no artigo.
A edição escreve que, em apenas dois dias, "54 leões foram mortos em um matadouro miserável".
Os conservacionistas afirmaram que leões e tigres são cruzados em cativeiro em uma "tentativa repugnante de obter maiores lucros com o comércio bárbaro de ossos" e que suas peles são "contrabandeadas para os EUA através da Grã-Bretanha".
"Surpreendentemente, os 12.000 animais que foram reproduzidos e criados em cativeiro superam em número os leões selvagens no país em quase quatro para um", adicionou Ashcroft.
Um leão de 11 anos, chamado Simba, e que esteve no centro da investigação de Lord Ashcroft, foi criado em cativeiro e apresentado a caçadores estrangeiros à procura de espécimes de primeira qualidade para abate.
O felino havia sido oferecido para abate no ano passado ao caçador britânico Miles Wakefield, de 48 anos, que pagou cerca de £ 3.000 (R$ 15.208) para perseguir o animal através de uma área de caça fechada antes de disparar dois poderosos dardos tranquilizantes nele. Wakefield alegou que foi "enganado" pelos chefes dos safaris que organizaram a caçada, acreditando se tratar de uma operação legal.
"Os clientes de caça pagam até £42.300 para matar um macho grande, muitas vezes colocando depois triunfantemente sua cabeça em uma parede", revelou o ativista.
A investigação aumenta a pressão sobre o governo, enquanto o secretário do Ambiente da Grã-Bretanha, Michael Gove, disse que está prevista uma reunião referente ao assunto.