Riad rompeu relações com Teerã em 2016 depois que manifestantes revoltados com a execução de um alto clérigo xiita incendiaram suas missões diplomáticas no Irã.
No ano seguinte, o reino e seus aliados, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, impuseram um boicote comercial e de viagens ao Qatar, exigindo que ele espelhe suas políticas duras em relação ao Irã e à Irmandade Muçulmana.
"Temos excelentes relações com o Qatar, o Kuwait e Omã", disse o chanceler iraniano Mohammad Javad Zarif, referindo-se aos dois países árabes do Golfo, que permaneceram neutros na disputa.
"Esperamos ter o mesmo tipo de relação com a Arábia Saudita, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos", acrescentou Zarif a repórteres durante o Diálogo de Cooperação Asiática em Doha.
"Também esperamos que os países dentro do GCC (Conselho de Cooperação do Golfo) possam resolver suas diferenças de forma pacífica. Nós fomos contra a pressão no Qatar, ainda acreditamos que a pressão sobre o Qatar é contra o direito internacional", prosseguiu.
A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein acusaram repetidamente o Qatar de representar uma ameaça à segurança do Golfo através de seu apoio ao "extremismo".
Doha tem consistentemente negado a acusação de acusar seus ex-aliados de buscar um pretexto para a mudança de regime.
Em abril, o Qatar informou que entrou com três ações judiciais em Londres e Nova York contra bancos sauditas e dos Emirados Árabes Unidos por supostamente conspirar para minar sua moeda e títulos.
O Qatar já tomou medidas legais contra a Arábia Saudita e seus aliados perante a Corte Internacional de Justiça, a Organização Internacional de Aviação Civil e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Enquanto isso, o ministro de Relações Exteriores do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, pediu um "diálogo" entre o Irã e os Estados Unidos para resolver a crise entre seus países.
Referindo-se a uma série de sanções dos Estados Unidos contra Teerã, ele destacou: "pedimos às partes da crise, Irã e Estados Unidos, que se sentem à mesa e encontrem soluções sustentáveis [...] porque a região não pode suportar mais crises".