A revista revelou que o Apophis pode potencialmente se aproximar da superfície da Terra mais do que algumas espaçonaves em órbita. Ao mesmo tempo, os cientistas citados pela revista quase descartaram a possibilidade de o asteroide atingir a Terra.
Marina Brozovic, uma cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL) em Pasadena, Califórnia, descreveu a próxima aproximação do asteroide como "uma incrível oportunidade para a ciência".
"Vamos observar o asteroide com telescópios tanto óticos como de radar. Com observações de radar, poderemos ver detalhes na superfície de apenas alguns metros de tamanho”, disse durante a Conferência de Defesa Planetária de 2019, em College Park, Maryland.
Davide Farnocchia, um astrônomo do Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra (CNEOS), por sua vez, analisou dados de 15 anos de rastreamento ótico e de radar no Apophis, que segundo ele ajuda os pesquisadores a "estimar mais precisamente a órbita no âmbito do encontro com a Terra em 2029".
"Já sabemos que uma aproximação da Terra mudará a órbita de Apophis, mas nossos modelos também mostram que a aproximação pode mudar a maneira como este asteroide gira, e é possível que haja algumas mudanças na superfície, como pequenas avalanches", explicou Farnocchia.
Ele ressaltou que, embora os cientistas ainda não possam descartar completamente uma colisão com o Apophis depois de 2060, "essas chances são extremamente pequenas, menos de uma em 100.000".
Farnocchia acrescentou que, levando em conta que o Apophis é maior do que um porta-aviões, poderá causar consequências a um nível continental se colidir com a Terra.
O diretor do CNEOS, Paul Chodas, por sua vez, declarou que o Apophis "é um representante de cerca de 2.000 asteroides potencialmente perigosos atualmente conhecidos".
"Ao observar o Apophis durante sua aproximação da Terra em 2029, ganharemos importantes conhecimentos científicos que um dia poderão ser usados para a defesa planetária", concluiu Chodas.