Segundo a rede internacional de auditoria e consultoria FinExpertiza, "a cota dos pagamentos em dólares entre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) está diminuindo gradualmente".
No geral, a porcentagem do dólar nas exportações para os países do BRICS caiu em 20%, para 77%, ou US$ 51 bilhões (R$ 202 bilhões).
Quanto às importações russas, a participação do dólar no período em estudo diminuiu em 18% — atingindo um equivalente a US$ 42,4 bilhões. A participação dos pagamentos em euros nas importações aumentou 9,3%, para 4,7% (equivalente a US$ 2,8 bilhões), e a participação do rublo não mudou (5,3%, ou seja, US$ 3 bilhões).
Já a parte dos pagamentos nas outras moedas nacionais aumentou oito vezes durante este período — para 17,7%, ou US$ 10,4 bilhões. Ao mesmo tempo, o volume total de transações com os países do BRICS cresceu para US$ 125 bilhões ao longo desses cinco anos.
"Os acordos com o principal parceiro comercial da Federação Russa — a China — também registram a mesma tendência: a participação do dólar diminui tanto nas exportações como nas importações. Nos últimos cinco anos, a participação do dólar no pagamento das mercadorias exportadas diminuiu 18%, sendo nesse período de 79% e, nas importações, baixou 20%, sendo agora de 72%. Ao mesmo tempo, as operações em rublos nas exportações aumentaram 5,2 vezes, enquanto em euros aumentaram 11 vezes", indicam os dados da pesquisa.
A presidente do Conselho de Administração da FinExpertiza, Elena Trubnikova, explicou que o "impulsionador do abandono dos pagamentos em dólares e da transição para transações em moedas nacionais entre os países do BRICS é o crescimento do volume de negócios", e que somente a "paridade das operações de importação e exportação pode assegurar a procura mútua da moeda da outra parte".