Kim Dong-yup, professor no Instituto de Estudos do Extremo Oriente da Universidade de Kyungnam, indicou que se nos concentrarmos apenas no alcance dos lançamentos, então (o foguete que voou) 420 km pode ser um Scud C, e o que voou 270 km — um Scud B.
"Mas, dado o fato que as altitudes de voo de ambos não excederam 50 km, é duvidoso que Scud tenham sido lançados em um ângulo baixo. Além disso, o local de lançamento foi Kusong, onde até agora eram testados novos tipos de mísseis, como o Musudan ou o Pukkykson", disse Kim Dong-yup.
"Mas não de mísseis de curto alcance, pelo que pode muito bem responder que os lançamentos de Scud não violaram os termos das negociações. No entanto, uma altitude de 50 km sugere que foi um lançamento de armas táticas guiadas, do "Iskander norte-coreano", também lançado recentemente da península de Hodo."
O especialista refere que, se rodarmos a bússola, 270 km a partir de Kusong é aproximadamente a distância de Seul, e a 420 km de Kusong não ficam Hosan e Pyongtaek, onde estão localizadas as bases militares dos EUA, mas aproximadamente Daejeon e Gyeryongdae, onde estão localizados os principais centros de comando do exército sul-coreano.
"Mas por que acontece tudo isto? Na minha opinião, também há insatisfação com a situação atual, mas, antes de mais, isso é um sinal para não tentarem cativar ou alterar a posição de Pyongyang relativamente à ajuda alimentar. Parece que os norte-coreanos estão a deixar claro que não farão concessões nem desistirão, pelo que os parceiros têm de alterar os seus cálculos."
"Além disso, os atuais lançamentos da Coreia do Norte parecem se destinar a pôr termo aos exercícios militares conjuntos EUA-Coreia do Sul, que são considerados uma ameaça por Pyongyang, no decurso do diálogo intercoreano e EUA-Coreia do Norte. E a futura estratégia da Coreia do Norte será o levantamento de questões de segurança", adicionou.
O especialista afirma que, se Pyongyang for guiada por tais cálculos, é provável que os lançamentos de mísseis de curto alcance continuem em um futuro próximo. Na opinião dele, nestas circunstâncias Seul deverá adiar o envio de ajuda humanitária a Pyongyang até que a situação de segurança seja resolvida, a fim de evitar erros de cálculo por parte da Coreia do Norte e evitar más interpretações na Coreia do Sul e nos EUA.