Analistas revelam custo de possível retirada dos EUA da OTAN

© AFP 2023 / MICHAL CIZEKSoldados europeus da OTAN na Europa Oriental
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Uma retirada súbita dos EUA da Aliança Atlântica custaria aos seus restantes membros mais de US$ 357 bilhões (R$ 1,4 trilhão) e exigiria entre 15 e 20 anos para restaurar as suas capacidades de defesa, indica um relatório do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, com sede em Londres.

O estudo, patrocinado pelo Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, explica a necessidade de comprar equipamento militar, aviões, sistemas de defesa antiaérea e navios de guerra para compensar as capacidades da OTAN.

O relatório propõe dois cenários, ambos com início nos primeiros anos da década de 2020. No primeiro, os europeus precisariam de substituir os recursos navais dos EUA que atualmente protegem os interesses da aliança nas rotas marítimas internacionais, supondo que os EUA tenham retirado todas as suas forças na Europa, no Golfo Pérsico e no Pacífico de volta para o continente americano por algum motivo.

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Isso exigiria que as demais potências da OTAN gastassem US$ 94 a US$ 110 bilhões (de R$ 371 a R$ 435 bilhões) em novos equipamentos, incluindo de US$ 20 a US$ 31 bilhões (de R$ 79 a R$ 122 bilhões) em 16 novas fragatas e de US$ 19 a US$ 21 bilhões (de R$ 75 a R$ 83 bilhões) em destróieres armados com avançados sistemas de defesa antiaérea.

O segundo cenário, que sugere uma "guerra terrestre limitada" com a Rússia no caso de uma escalada de tensões entre a Lituânia e a Polônia em Kaliningrado, sugere a necessidade de uma despesa ainda maior, variando entre US$ 288 e US$ 357 bilhões (de R$ 1,1 a R$ 1,4 trilhão) de dólares para a aquisição de equipamento, incluindo US$ 78 bilhões (R$ 308 bilhões) para comprar 90 plataformas de mísseis Patriot, novos tanques, navios e aviões.

Os analistas sublinham que este custo "não cobre uma guerra continental em grande escala na Europa", mas apenas uma "guerra regional limitada" em que a OTAN poderia "prevalecer" contra um "adversário" como a Rússia. O relatório não esclarece o que levaria a Rússia a atacar os seus vizinhos, mas está fortemente centrado no país, com a Rússia sendo mencionada 220 vezes no documento de 51 páginas.

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Moscou tem afirmado repetidamente que não tem qualquer intenção de invadir ou ocupar nenhum país e tem se insurgido, pelo contrário, contra a acumulação crescente de forças da OTAN perto das suas fronteiras ao longo dos últimos 20 anos. A China, muitas vezes vista como outro adversário-chave do bloco, é mencionada apenas algumas vezes, e nunca como adversária.

O terrorismo, um fenómeno que matou várias centenas de europeus nos últimos anos, não é referido como uma ameaça grave. O estudo termina sublinhando a importância da contribuição dos EUA para a defesa da OTAN, dizendo que é um "teste à realidade do debate em curso sobre a autonomia estratégica europeia".

No início deste ano, o presidente Donald Trump falou em diversas ocasiões sobre a possibilidade de os EUA abandonarem a OTAN. Desde que se tornou presidente, Trump questionou publicamente a relevância da aliança na luta contra o terrorismo e atacou os aliados dos EUA por não contribuírem o suficiente para o orçamento da organização.

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