"São bombas nucleares que garantem a paz. Se nós já tivéssemos os submarinos nucleares finalizados, que têm uma economia muito maior dentro d'água; se nós tivéssemos um efetivo maior, talvez fôssemos levados mais a sério pelo [presidente venezuelano Nicolás] Maduro, ou temidos pela China ou pela Rússia", declarou o parlamentar, citado pelo jornal O Globo.
Ciente da fala polêmica, Bolsonaro ponderou que não há qualquer debate no Congresso Nacional no momento sobre uma eventual busca por armas nucleares. O Brasil é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que conta com 189 nações. O país também integra o Tratado de Tlatelolco, assinado por todos os países da América Latina e Caribe em 1968, com exceção de Cuba, ratificado por Brasília em 2002.
Durante os anos 1970, os militares que governavam Brasil e Argentina ensaiaram uma corrida nuclear na região. Sob protestos dos EUA, o governo do general Ernesto Geisel (1974-1979) chegou a firmar um acordo nuclear com a Alemanha Ocidental, mas o desejo pela bomba acabou sepultado com o desmantelamento dos regimes militares nos dois países, nos anos 1980.
De acordo com Eduardo Bolsonaro, o Brasil teria muito a perder se tentasse perseguir a construção de uma bomba nuclear. Entretanto, ele não descartou que o tema possa ser discutido pelo Legislativo brasileiro no futuro.
"Esse assunto não é pauta nesse momento, eu sequer vejo debate nesse sentido. A gente sabe que, se o Brasil quiser atropelar essa convenção, tem uma série de sanções, é um tema muito complicado. Mas acredito que possa voltar ao debate aqui", avaliou o filho do presidente.
O parlamentar citou ainda Índia e Paquistão para defender o seu ponto de vista, destacando que o medo que cerca estes dois inimigos históricos ajuda a explicar como a paz na região.
"Paquistão e Índia, como é a relação dos dois? Se só um tivesse bomba nuclear, a relação não seria a mesma. Sou entusiasta dessa visão. Vão dizer que eu sou agressivo ou que quero tocar fogo no mundo, mas enfim. De fato. Por que o mundo inteiro respeita os Estados Unidos? Explodiram o World Trade Center, o que eles fizeram? Passaram por cima de tudo quanto é veto e invadiram o Iraque", prosseguiu.
Por fim, o deputado ainda criticou o fato de que o "politicamente correto" impedi-lo de falar abertamente sobre a possibilidade do Brasil entrar em guerra com a Venezuela, a fim de tirar Maduro do comando do país caribenho.
"Estamos tendo um problema com a Venezuela, e o politicamente correto me impede de falar algumas coisas, então tenho que falar que está tudo muito bem, que nós nunca entraremos em guerra e podem ficar tranquilos. É claro, é uma ironia, o que eu estou falando. Do lado de lá da fronteira tem um maluco associado a terroristas e ao narcotráfico. A gente sabe que, a qualquer momento, se isso daí evoluir para um quadro pior, que é o que ninguém deseja, quem vai entrar em ação são principalmente os senhores", concluiu, referindo-se aos militares.