O chefe de economia e energia do Bundestag, Klaus Ernst, do partido esquerdista Die Linke, acusou os Estados Unidos de se comportarem como se a Alemanha fosse sua colônia, enquanto Washington tenta impedir os europeus de comprar gás russo.
"Essas medidas não visam apenas os russos, eles visam deliberadamente os europeus, por exemplo, empresas alemãs de energia envolvidas na Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2)", declarou em uma conferência sobre as perspectivas de cooperação energética entre a Rússia e a UE, organizada pela Russian Gas Society — uma associação de empresas russas de energia, instituições de pesquisa relevantes e administrações locais.
Autoridades dos EUA, incluindo o presidente Donald Trump, o secretário de Estado Mike Pompeo e o embaixador de Berlim Richard Grenell, montaram uma ofensiva contra o gasoduto Nord Stream 2, liderado pela Rússia, que deve ser concluído em 2019. Com o objetivo declarado de combater o "avanço russo", eles estão ameaçando as empresas europeias com sanções se continuarem investindo no projeto.
"As ações do embaixador dos EUA na Alemanha são simplesmente inaceitáveis", afirou Ernst, citado pela mídia russa. "É como se a Alemanha fosse uma colônia dos EUA".
O objetivo real, segundo Ernst, é fazer a UE comprar gás americano: "Os americanos estão usando a política para realizar seus próprios interesses nesse campo".
As ameaças não tiveram efeito até agora, com a construção do Nord Stream 2 continuando a crescer. O operador do oleoduto detido pela Gazprom afirmou que cada um dos seus parceiros europeus, que inclui empresas alemãs, francesas, britânicas, holandesas e austríacas, investiu cerca de 1 bilhão de euros.
Falando de outras medidas econômicas em vigor contra a Rússia, Ernst observou que os EUA são a única parte que leva vantagem econômica.
"Atualmente há discussões sobre isso no comitê da economia do Bundestag, e está se fortalecendo — como as sanções contra a Rússia podem ser levantadas. Nem a Alemanha nem a Europa estão interessadas nessas sanções. Os únicos vencedores dessas sanções são os americanos", completou.