Estudantes, professores e pais de alunos se reuniram em atos em todos os estados do país, marcando a primeira greve nacional enfrentada pelo governo Bolsonaro.
"Quando você tem uma manifestação desse porte, ou seja, em mais de 200 cidades, em todos os Estados e Distrito Federal, isso demonstra que houve uma organização política em relação a algo que não está satisfazendo parte da opiniao pública. Isso porque a questão da educação é um elemento central da sociedade, mexe numa parte das pessoas que tem uma relação e uma importância que tem no cotidiano delas, e isso conforme a gente viu ontem, unir diversos grupos políticos, desde a esquerda até grupos que votaram em Bolsonaro, mas são contra os cortes na educação", analisou.
De acordo com o Guilherme Carvalhido, houve também uma união de grande parte do Congresso, principalmente dos partidos do chamado Centrão, que junto com os partidos da oposição, conseguiram convocar o ministro da Educação para prestar esclarecimentos na Câmara sobre o bloqueio de verbas das universidades federais.
"Foi de fato uma derrota para o governo", destacou o cientista político.
Pelo menos 228 cidades registraram protestos contra a redução dos gastos públicos com educação nesta quarta-feira (15). As manifestações foram convocadas pelas redes sociais após decisão do Ministério da Educação de bloquear 24,84% dos recursos esperados em 2019 para universidades, institutos técnicos e escolas sob administração do governo federal.
Em viagem aos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro comentou os primeiros protestos de massa desde a posse do novo governo e classificou os manifestantes como "idiotas úteis" e "massa de manobra".