Um Aviso aos Militares Aéreos (NOTAM) publicado pela FAA na noite de quinta-feira informou que o risco se origina de "atividades militares intensificadas e aumento das tensões políticas" na área. Aviões que operam na região também podem "encontrar interferência de GPS inadvertida e outras interferências de comunicação", destacou o alerta.
A tensão na proximidade do Irã ocorre quando os EUA mobilizaram ativos militares adicionais na região, incluindo um grupo de ataque de porta-aviões e uma bateria de mísseis antiaéreos Patriot. Washington disse que foi uma resposta a uma ameaça indefinida apresentada pelas forças iranianas. Os EUA também retiraram pessoal não essencial das missões diplomáticas no Iraque. A demonstração de força teria sido provocada pela inteligência fornecida por Israel.
Para alguns, o alerta da FAA pode trazer de volta a lembrança sombria do incidente de 1988, em que um destroier de mísseis guiados norte-americanos derrubou um avião iraniano, matando 290 pessoas a bordo. O incidente aconteceu dois meses depois que os Estados Unidos afundaram uma fragata iraniana e uma canhoneira em retaliação a um incidente alguns dias antes, no qual um navio de guerra dos EUA atingiu uma mina iraniana.
Washington disse que a tripulação do USS Vincennes identificou erroneamente o voo 655 da Iran Air para um avião de guerra tentando atacar o navio de guerra e agiu em legítima defesa. O governo rejeitou as acusações de que membros do serviço militar dos EUA haviam agido de forma imprudente, com o presidente George H.W. Bush fazendo uma declaração infame: "Eu nunca vou pedir desculpas pelos Estados Unidos. Eu não me importo com o que os fatos são […] Eu não sou um tipo de desculpas pela América".
Os EUA pagaram indenização às famílias das vítimas, mas nunca aceitaram responsabilidade legal ou pediram desculpas a Teerã.