Pesquisadores concluíram haver um oceano em estado líquido no subsolo do planeta anão Plutão e tudo isso graças a uma camada fina de metano gelado, que separa a água em estado líquido da camada de gelo, de acordo com estudo publicado na revista científica Nature Geoscience.
Os primeiros dados recolhidos pela sonda New Horizons enquanto sobrevoava Plutão em 2015 indicam que o planeta anão, provavelmente, possui um gigantesco oceano debaixo da camada de gelo. Além disso, a forma extraordinária e profundidade do "coração de Plutão" prova que o oceano desempenhou um papel no nascimento dele.
Os primeiros modelos do oceano, baseando-se em dados da New Horizons, indicaram que ele pode estar em estado líquido até hoje e ter uma composição parecida com o mar Morto, que possui uma grande quantidade de sal e outras substâncias que não permitem que a água congele.
Nesse caso, Kamata sublinha que há uma contraversão, pois, se o oceano de Plutão tiver muitas substâncias anticongelantes, a densidade dele seria baixa, o que não bate com as medições da New Horizons e anomalias gravitacionais, sendo assim, o gelo, ao invés de ficar flutuando na superfície da água, afundaria.
Analisando eventual composição do reservatório, pesquisadores apontaram metano e outros hidrocarbonetos, o que trouxe à mente um processo que acontece nos pontos mais frios dos oceanos terrestres.
Pesquisadores japoneses realizaram simulações de computador para testar a ideia. Nas simulações sem os hidratos de gás, o oceano no subsolo de Plutão congelou há centenas de milhões de anos. Mas ao adicionar a camada isolante, o oceano persiste até hoje. Apesar de o estudo fazer sentido e ser embasado em simulações de computador, ainda não se tem a confirmação de que tal camada de gases realmente existe ali, e mais estudos e observações precisam ser feitos para que essa ideia seja comprovada ou descartada.