Especialista da ONU: risco de conflito nuclear é o maior desde a 2ª Guerra Mundial

© Depositphotos.com / CurraheeshutterExplosão nuclear (imagem de arquivo)
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A diretora do Instituto das Nações Unidas para Pesquisa de Desarmamento (UNIDIR), Renata Dwan, disse que o mundo nunca esteve tão perto de cruzar o limiar nuclear desde o fim da 2ª Guerra Mundial.

A especialista em segurança do UNIDIR, instituição autônoma criada pela Assembleia Geral da ONU em 1980, afirmou em entrevista à Reuters que os riscos de um ataque nuclear são maiores do que nunca desde o fim da última Grande Guerra, principalmente devido ao desgaste dos velhos mecanismos de controle de armas.

"Eu acho que é genuinamente uma chamada para reconhecer – e essas questões estão um pouco em falta na cobertura da mídia - que os riscos de guerra nuclear são especialmente altos agora, que os riscos do uso de armas nucleares são maiores agora do que em qualquer outro momento desde a Segunda Guerra Mundial", declarou Dwan.

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O primeiro acordo legalmente vinculante que proíbe todos os tipos de armas nucleares foi o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, que surgiu devido aos crescentes perigos de um ataque nuclear.

Em julho de 2017, o tratado foi aprovado pela Assembleia Geral da ONU por maioria de votos, mas ainda precisa ser ratificado por pelo menos 50 Estados-membros para entrar em vigor, tendo sido reconhecido, até o momento, por 23 dos 70 signatários.

Outro fator preocupante, citado por Dawn, é a corrida armamentista entre Pequim e Washington, além dos programas de modernização que estão sendo realizados por Estados com armas nucleares, o surgimento de novas tecnologias que podem ser usadas tanto para fins defensivos quanto ofensivos, bem como de novos armamentos de última geração.

Grupos militantes e milícias privadas que não cumprem a lei também fazem parte do grupo de risco crescente, devido ao sistema ultrapassado para conter a proliferação de armas.

Os EUA vêm acumulando armamento nuclear principalmente na Europa (Alemanha, Bélgica, Itália, Países Baixos e Turquia), onde armazenam suas bombas atômicas.

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A presença de armas nucleares táticas americanas no continente europeu (incluindo as novas bases que estão sendo construídas na Romênia e Polônia) tem sido uma fonte de profunda preocupação para a Rússia, que considera que o treino com armamento atômico que Washington fornece aos seus aliados europeus é uma violação do tratado de não proliferação nuclear.

No início deste ano, os EUA retiraram-se do Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF) – o que foi considerado como mais um golpe para a segurança global. O acordo de 1988 visava diminuir os riscos de um lançamento acidental de armas nucleares na Europa. Após a decisão de Washington, Moscou também suspendeu o cumprimento do tratado.

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