Sem acordo, Netanyahu pode ter de convocar novas eleições em Israel

© AP Photo / Gali Tibbon/Pool Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu chairs the weekly cabinet meeting at the Prime Minister's office in Jerusalem, Sunday, April 15, 2018
Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu chairs the weekly cabinet meeting at the Prime Minister's office in Jerusalem, Sunday, April 15, 2018 - Sputnik Brasil
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Israel pode estar se dirigindo para outra eleição antecipada, já que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não conseguiu formar uma coalizão de direita na última tentativa, poucos dias antes do prazo final desta quarta-feira.

Mesmo que Netanyahu tenha conseguido superar a dura competição de centristas para conquistar seu histórico quinto mandato em abril, parece que suas dificuldades estão longe de terminar.

Embora os partidos de direita liderassem as eleições com 66-55 assentos — e quase todos disseram que recomendariam Netanyahu ao presidente Reuven Rivlin para formar o próximo governo de coalizão —, ele ainda precisa uni-los para consolidar seu papel como primeiro-ministro pela quinta vez.

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Para fazer isso, Netanyahu precisa do apoio de cinco forças direitistas, que vão desde grupos de ultra-ortodoxos Shas e Judaísmo da Torá ao antigo partido do ex-ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, o Yisrael Beytenu — e até agora provaram ser muito menos prováveis aliados do que eles parecem ser.

O partido nacionalista de Lieberman e os grupos ultra-ortodoxos particularmente se debruçaram sobre o principal obstáculo — um projeto de recrutamento contencioso, que exigiria que os estudantes do seminário judeu ortodoxo servissem nas Forças Armadas — algo que eles sempre resistiram. Em uma tentativa de chegar a um acordo, Netanyahu sugeriu tirar as metas de recrutamento da lei, deixando a questão para o governo decidir.

Embora a ideia aparentemente tenha acertado os partidos ultra-ortodoxos, que aprovaram o compromisso de Netanyahu, ela ainda não conseguiu persuadir Lieberman, que continua a defender categoricamente o recrutamento obrigatório para todos.

No sábado, o ex-ministro da Defesa disse que só entraria para a coalizão se suas exigências sobre a lei de recrutamento fossem atendidas. Ele também criticou Netanyahu dizendo que ser "de direita não é sobre um culto à personalidade, é sobre valores", aparentemente insinuando sua visão sobre o longo governo do primeiro-ministro.

O ultra-ortodoxo Partido Shas então acusou Lieberman de tentar "obstruir o estabelecimento de um governo". Alguns membros do Partido Likud de Netanyahu também compartilharam essa opinião, segundo a mídia israelense. Em face das críticas de seus possíveis aliados, Lieberman disse que seu partido repetidamente afirmou "alto e claro" que eles não "recomendariam a ninguém mais para o primeiro-ministro" além de Netanyahu.

No domingo, Netanyahu anunciou que faria um "último esforço para formar um governo de direita e evitar eleições desnecessárias", enquanto convidava todos os seus potenciais parceiros de coalizão para outra rodada de negociações. Mais tarde, o Likud confirmou que conseguiu chegar a um acordo com os grupos ultra-ortodoxos. Lieberman supostamente recusou-se a participar da reunião e foi o único líder do partido de direita a rejeitar o compromisso da lei de recrutamento de Netanyahu.

Faltando apenas três dias para o prazo de 42 dias previsto por lei para anunciar a expiração de um novo governo, a situação está se tornando cada vez menos clara — e aparentemente instável. O jornal Haaretz informou no domingo que Netanyahu suspeitou de Lieberman de estar tentando provocar novas eleições.

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"Eu não acho que precisamos arrastar o país através de uma eleição adicional, mas parece que há alguém que quer isso", comentou ele no início de uma reunião do gabinete, conforme citado pelo jornal. O veículo informou também que o Likud poderia apresentar um projeto de lei para dissolver o parlamento e anunciar outra votação antecipada nesta quarta-feira, caso não haja acordo.

Enquanto isso, a emissora israelense Arutz Sheva disse que o Likud pediu a todos os parlamentares que votem na dissolução do Parlamento já nesta segunda-feira à tarde, citando uma mensagem supostamente enviada aos membros da facção.

Essa incerteza pode eventualmente jogar nas mãos do principal rival eleitoral de Netanyahu — o líder do partido centrista Azul e Branco, o ex-chefe militar Benny Gantz, que poderia ser encarregado de formar uma coalizão se a direita falhar.

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